Cachoeirenses contam suas táticas para abandonar o cigarro
Se no começo dos anos 50, fumar era chique e glamuroso, hoje, mais de meio século depois, acender um cigarro significa estar colocando em risco a própria saúde e a de quem está à volta. Entretanto, para quem já adquiriu o vício, apagar o último cigarro não é tarefa fácil. LINDA buscou histórias de sucesso na luta contra o tabagismo. Confira como seis cachoeirenses pararam de fumar.
“Minha pele que era escura e feia hoje está mais limpa e bonita, tudo graças a ter largado o vício de fumar. Confesso que parei só depois de levar um grande susto com os problemas de saúde que o cigarro estava me causando, mas aconselho quem fuma a tomar uma providência contra o vício o mais cedo possível e não deixar que o cigarro interfira na qualidade de vida. Longe dele há 14 anos, hoje pratico atividades físicas diariamente, coisa que na época do vício era inimaginável”.
Ivonir Teresinha da Silva Neves, 54, funcionária pública
“Fumei durante quase 40 anos e sempre soube que precisava parar, mas precisei sofrer um infarto para conseguir largar o vício. Fiquei tão apavorado com o problema de saúde que abandonei definitivamente os dois maços que fumava por dia. Hoje, depois de 13 anos longe do cigarro, consigo respirar melhor e redescobri meus sentidos, pois consigo sentir novamente os cheiros e gostos dos alimentos”.
Antônio José de Campos, 71, aposentado
“Faz três anos que parei de fumar. Depois de uma tentativa frustrada, recorri à ajuda de um adesivo que liberava gradativamente a nicotina do meu corpo. Sei que ele ajudou, mas a determinação para abandonar o vício que foi fundamental. Hoje eu vejo a melhora que tive em minha vida, meus sentidos ficaram mais aguçados e o meu apetite melhorou, mas não cheguei a engordar muito – um medo que muitos têm ao largar o cigarro. A melhor parte, entretanto, é ter me livrado do cheiro do cigarro, hoje me sinto mais limpo, sei que as pessoas chegarão perto de mim e não vão mais sentir aquele odor do cigarro”.
Lauro Rogério da Rosa, 49, auxiliar de protético
“Comecei a fumar aos 17 anos, naquela época era um charme, todos meus amigos fumavam. Não existiam alertas sobre os riscos do vício. Fumei durante 31 anos e nesse tempo tentei diversas vezes parar, troquei o cigarro por charuto, cachimbo e cigarro de palha, mas nada funcionava. Cheguei a procurar um médico para me ajudar na missão de largar o vício, mas só consegui apagar o último cigarro quando coloquei na minha cabeça que aquilo só estava me fazendo mal. Não tenho uma receita milagrosa, só a determinação a parar que funciona. Depois que parei comecei a sentir melhor o gosto dos alimentos e não tenho mais a rouquidão na voz”.
Nelson Costa Schirmer, 70, advogado
“No embalo dos meus amigos e na vontade de me destacar entre eles, comecei a fumar. No início passava mal, mas fui levando e quando vi já estava viciado. Certa vez fui a uma festa e depois de beber e fumar muito me senti tão mal que vi que era hora de dizer chega de uma vez por todas. Com 10 anos de vício parar não foi nada simples. As duas primeiras semanas foram terríveis, comia uma bala ou um chiclete quando me dava vontade de fumar e sempre me preocupava em ocupar meu tempo para não cair na tentação. Foi difícil, mas o resultado vale muito a pena. Com força de vontade e determinação, podemos conseguir tudo, quem dirá abandonar um vício que só prejudica a saúde”.
Rafael Ritter, 30, assistente agrícola
“Logo após ter uma pneumonia tentei parar de fumar, entretanto, o vício foi mais forte que eu e não consegui. Só parei há cinco anos quando fiz uma cirurgia delicada no diafragma. Durante o tempo de hospitalização ouvia os médicos dizendo que o quadro era tão delicado devido ao cigarro, então decidi me esforçar e cuidar da minha saúde. Como eu tinha o hábito tomar um cafezinho após o almoço e fumar, troquei o café por chá para tentar evitar a vontade de acender o primeiro cigarro”.
Vera Lúcia Marques Leites, 65, professora aposentada