Conheça a história de uma mulher forte e de bem com a vida

O que para muitas mulheres seria motivo de reclusão, para Cláudia Bartmann é algo natural. Perder os cabelos e viajar para Santa Maria para o tratamento de radioterapia todos os dias não é razão para se descuidar do corpo e apagar o sorriso largo e bonito de sempre. Maquiada e muito bem disposta, Cláudia fez um ensaio fotográfico e mostrou que nada disto ofuscou a beleza que sempre teve.

Motivos não faltaram para ela ser eleita a Cara da Linda. Com 40 anos de idade, a administradora de empresas e pecuarista, esbanja charme. A forte expressão de seus olhos verdes mostra a mulher que é: linda, inteligente e batalhadora. E de onde vem tanta força? “Quero ver meus filhos crescerem”, diz Cláudia.

INDICAÇÃO – Todas estas qualidades foram reconhecidas por Lucimélia Pasqualin, 39, fotógrafa e empresária. “Indiquei a Cláudia para o concurso A Cara da Linda porque acredito nela. É minha cliente e amiga há anos e sei o quanto ela é guerreira. Para mim, é um exemplo de luta e coragem, além de ser uma linda mulher”, fala.

 

"Penso que nada em nossa vida acontece por acaso. Em todos os momentos sempre me pergunto o que tenho que aprender, qual o recado nas entrelinhas? O que a vida espera de mim? Sinto-me muito melhor que ontem, mas espero que amanhã consiga ser melhor ainda!"
Cláudia

Foto: Niágara Opção 3


 

Matando um leão por dia

Na adolescência, Cláudia foi Rainha da Sociedade Rio Branco (1990) e com 18 anos se casou. Aos 23 viveu a maior alegria e a maior tristeza da sua vida. Teve sua primeira gravidez confirmada, mas perdeu o marido e o filho que estava no ventre em um trágico acidente. “Numa curva da estrada a vida terminou, os sonhos se acabaram e minha vida virou de pernas pro ar”, conta emocionada. Mas ela se ergueu do duro golpe. “Encontrei forças para viver na espiritualidade, lia muito e queria tentar entender o porquê de tudo que tinha acontecido em minha vida. Não tinha escolha: precisava continuar vivendo apesar de toda dor”, diz.

Quando as coisas pareciam estar entrando nos eixos, sua avó adoeceu e seus pais foram diagnosticados com câncer. “Foi um período bem difícil, tudo em menos de seis meses, mas superamos todos juntos”, diz.

Anos depois, ela descobriu que também estava com a doença e já sabia o que ia enfrentar pela frente. “Mas a vida continua e os percalços fazem parte dela. Quando descobri que estava com câncer de mama, o primeiro impacto foi horrível, o mundo desaba na cabeça da gente. A vontade é meter-se embaixo de uma cama e ficar ali quietinha pra ver se a vida se esquece da gente e nos dá uma trégua. Mas dessa vez eu tinha um motivo maior pra lutar: meus filhos”, diz.

O tratamento de quimioterapia não foi nada fácil, mas ela tentou passar por tudo da melhor forma possível. “A quimioterapia é uma agressão muito grande, tive momentos de revolta. Perder o cabelo é algo que mexeu comigo. Sempre fui vaidosa, e dizer que isso não é o mais importante nesse momento não ajudou muito quando me olhei no espelho. Passei muito tempo evitando minha própria imagem. A sensação de não se reconhecer é dolorosa”, conta.


 

"Na vida tudo é transitório. Não podemos desperdiçar bons momentos, a infância dos filhos, o convívio da família e o encontro com amigos."
Cláudia

Família – Um tempo depois do trágico acidente, Cláudia se apaixonou novamente. Casou-se com o advogado, Fernando Augusto Melo Carneiro, 53, e teve dois filhos, a Maria Fernanda, 5, e Fanor Augusto, 10. “Diz-se que na vida não há segunda chance, pois eu tive essa oportunidade. O Fernando é meu amigo, companheiro, grande incentivador e pai maravilhoso. O amor incondicional dele, sempre presente e muito carinhoso, me deu forças e eu percebi que sem este amor tudo seria muito mais difícil”, fala.



Amigos – “Se dá para dizer que há algo de bom no diagnóstico de uma doença são as manifestações de carinho e solidariedade que recebi. Foram telefonemas, mensagens, orações, água benta, presentes e as mais lindas homenagens”, fala Cláudia.
A participação no concurso A Cara da  Linda – Cláudia recebeu o convite de duas amigas, Lucimélia Pasqualin e Rogéria Pasqualin Guidotti, para ir até o estúdio delas e bater umas fotos. Ela não hesitou e viu que era uma oportunidade para registrar uma fase importante da sua vida, o fim do tratamento. “Como meu cabelo já está crescendo, o momento era oportuno. Confesso que fiquei surpresa quando pediram para entregar as fotos para concorrer à capa da Linda, mas aceitei”, conta.




Foto: Niágara Opção 3