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Bela & Saudável Edição 84 - setembro de 2014

Autismo PARA SER ENTENDIDO


Casos do transtorno aumentaram e já chegam a uma criança afetada a cada 68

 

Antes, pouco se ouvia falar sobre ele. Hoje, difícil não conhecer alguém que tenha um caso de autismo na família, no círculo de amizades ou com pessoas de sua convivência. Entretanto, ainda há muito o que descobrir sobre esse transtorno. 

Quando foi inicialmente descrito pelo psiquiatra infantil Leo Kanner, em 1942, o autismo era considerado uma condição rara, que afetava não mais que quatro em 100 mil crianças. Embora sua prevalência atual varie em diversos estudos, ela está aumentando continuamente ao longo dos anos.

De acordo com a médica cachoeirense Michele Michelin Becker, 36, sendo nove de profissão, estudos realizados pelo Centro de Prevenção e Controle de Doenças (CDC), nos Estados Unidos, demonstram que há uma criança afetada em cada 68, sendo um menino em cada 42 e uma menina  em cada 189. No Brasil não há estudos de prevalência do autismo.

 





“É importante o diagnóstico precoce do autismo. Os profissionais mais capacitados para isso são neurologistas e psiquiatras infantis”
MICHELE




 

 

Michele Michelin Becker é médica neurologista infantil e doutora em saúde da criança e do adolescente. Fez mestrado e doutorado na área de transtorno do espectro autista. Ela atua no Hospital de Clínicas de Porto Alegre, cidade onde
reside, e no Hospital da Criança Conceição.





O que é?


É um distúrbio do desenvolvimento caracterizado por prejuízo na interação social, na comunicação e na linguagem, além de movimentos motores repetitivos e estereotipados ou repertório restrito de interesses.


Identificando


No primeiro ano de vida, os sintomas são muito difíceis de serem percebidos. A idade média em que os pais demonstram preocupação ao pediatra é de 14 a 17 meses. Os sinais mais precoces costumam ser uma resposta pobre ao ser chamado pelo nome e uso de poucos gestos nas interações sociais. Apenas no segundo ano de vida a quantidade e a gravidade dos problemas começam a distinguir melhor o autismo.


SINTOMAS


. Dificuldade de interação.
. Atraso na fala.
. Padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses e atividades.
. Costumam não tolerar alterações na rotina e apresentam rituais em diversas atividades.
. Muitos não toleram sons altos e parecem insensíveis à dor mesmo após ferimentos graves.
. Tendem a cheirar pessoas e levar objetos à boca, assim como testar sua textura.
. Sintomas como hiperatividade e agressividade ocorrem em mais da metade dos casos.

 

 

Não se adquire


As crianças já nascem com autismo. Há alguns casos de “autismo secundário”, que pode ser decorrente de alguma doença orgânica, como crianças que desenvolvem autismo após cirurgias de ressecção de tumores no cerebelo, por exemplo, mas são raros.

 

 

Epidemia


Questiona-se se o aumento de casos de autismo é real, já que pode estar associado a uma série de outros fatores, como mudanças nos critérios de diagnósticos. Não se descarta a existência de uma epidemia de autismo por fatores não conhecidos, o que tem levado a amplas campanhas para novas pesquisas.


Tratamento


Há tratamento capaz de melhorar seus sintomas, mas não de curá-lo. Inclui acompanhamento psicológico, fonaudiológico, psicopedagógico e terapia ocupacional. As terapias comportamentais são os principais componentes dos programas de tratamento por terem eficácia comprovada em melhorar os sintomas principais do autismo e o coeficiente de inteligência. O uso de medicamentos é muito frequente,  eles ajudam no controle da agitação, impulsividade e agressividade.

 

 

CAUSA


A causa exata do autismo ainda não é conhecida. Sabe-se que há uma forte base genética. Poucas causas não genéticas são conhecidas, como a exposição pré-natal ao álcool, ao anticonvulsivo ácido valproico e ao abortivo misoprostol.






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