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Do amor ao sexo Edição 105 - agosto de 2016

Sexo com dia marcado

» Izabel Eilert (izabeleilert@terra.com.br)/psicóloga e terapeuta sexual


Parece muito esquisito imaginar ter dia marcado para o sexo? Pode até se pensar quem faria isto? Como assim, marcar dia para o sexo?

Pois saibam que funciona muito bem para muitos casais. Claro que não para aqueles que estão no início da relação, onde tudo é descoberta e incentivo para tal. Falo para aqueles que já passaram desta fase e entram “na zona de risco” de serem “engolidos” pela rotina, onde sabem exatamente o que o outro gosta, quando gosta, em que posição acontecerá e em que ordem também. E é justamente aí que os casais correm um risco enorme de se acomodarem, de se chatearem com a rotina e de perderem o interesse pelo sexo, começando a espaçar esses encontros íntimos, chegando às vezes até a serem praticamente inexistentes.

Obviamente que junto com tudo isso a relação entre eles vai ficando mais áspera, a convivência vai se modificando e aquilo que era tolerado antes passa a não ser mais, o que era falado passa a ser cobrado e o que era admirado passa a ser até indiferente. E aí pode estar formada uma crise conjugal.

O sexo entre o casal não é só para a obtenção de orgasmo, é também muito mais para conectar os dois na intimidade, é para um sentir o outro no mais profundo do seu ser, é um ver o outro entregar-se, desarmar-se, doar-se. Para dar e receber, para sentir o ritmo e o respirar do outro e para olhar um dentro dos olhos do outro. É o momento de encontro, despidos das defesas, das mágoas, da dureza do dia a dia. É para isso que um casal se despe, se entrega, goza e se aconchega um no outro.

E para ter esse momento, esse encontro sem expectativas de sexo selvagem ou sexo com urgência de um pelo outro, nem mesmo expectativa de gozo ou de genital, mas para terem um ao outro despidos, desarmados, relaxados do peso da rotina e do cotidiano que este dia marcado pode ser muito útil para o casal. É o dia de se encontrarem, de se olharem, se desnudarem e deixarem-se levar para ver até aonde vai.

Nada contra o sexo casual, mas muitas vezes a rotina diminui este sexo ou acaba praticamente com a espontaneidade entre o casal. Então tente criar um dia do casal, um dia de encontro, um dia para os dois se manterem íntimos. 


Psicóloga e terapeuta sexual
 






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