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Do amor ao sexo Edição 104 - julho de 2016

Loucos POR SEXO

» Izabel Eilert (izabeleilert@terra.com.br)/psicóloga e terapeuta sexual


Gostar muito de sexo, querer sexo a toda hora ou se interessar por assuntos relacionados a sexo é algo bastante agradável. Mas quando isso se transforma em uma obsessão - a ponto de trazer prejuízo para vida da pessoa tanto em nível das atividades diárias quanto dos relacionamentos afetivos – passa a ser uma patologia, a Hipersexualidade.

 

Tanto a hipersexualidade, desejo sexual hiperativo, como ninfomania (em mulheres) e satiríase (em homens) são transtornos sexuais.


Alguns autores classificam a ninfomania e a satiríase como um tipo de compulsão. Mas atualmente são melhor classificadas como um vício, pois transtornos compulsivos obsessivos (TOC) estão relacionados a atividades desagradáveis às quais o indivíduo não consegue resistir e parar de pensar. Já o vício está associado a uma atividade prazerosa e à dificuldade de conter os impulsos.


A hipersexualidade pode estar vinculada ainda com outros transtornos do paciente, como transtorno bipolar, esquizofrenia, mal de Alzheimer e outras lesões cerebrais.

Essas pessoas podem obter prazer sexual de inúmeras formas e frequência, mas não necessariamente é o que ocorre. Pode acontecer de elas terem várias práticas sexuais sem conseguir satisfação dos seus desejos, por isso sentem a necessidade de ter vários atos sexuais seguidos na tentativa de alcançar um orgasmo ou o alívio do alto nível de ansiedade, gerado pela busca da satisfação sexual. Tudo isso pode ser seguido de culpa e arrependimento, mas isto não impede que passe para outros atos assim como nas outras compulsões.

O comportamento sexual compulsivo afeta entre 3% e 6% da população, predominantemente homens. As mulheres também podem ser acometidas dessa patologia.


Estas pessoas estão geralmente expostas a um alto risco de contaminação por se evolverem demasiadamente com situações sexuais, vários parceiros, prostituição e sexo com desconhecidos, o que naturalmente aumenta o risco de doenças sexualmente transmissíveis (DST).


Quem sofre dessa patologia e está em um relacionamento provavelmente não conseguirá ser fiel.

Pode experimentar práticas homossexuais e também com vários parceiros ao mesmo tempo, bem como o uso de objetos sexuais. Esta atitude pode atingir tamanha compulsão a ponto de causar lesões nos genitais. Também pode ser classificado como uma adição sexual, que tem como intuito a busca compulsiva da satisfação do impulso sexual.

Segundo Coleman (1992), existem cinco tipos de transtorno sexual hiperativo: sexo compulsivo e múltiplos parceiros; fixação compulsiva na obtenção de um parceiro inatingível; masturbação compulsiva mesmo sem vontade ou com dor; compulsão por múltiplos relacionamentos afetivos; sexo compulsivo com um único parceiro.


Existem tratamentos que podem ser bastante eficientes no alívio dos sintomas, como, por exemplo, terapia cognitivo comportamental, que ensina o paciente a controlar os impulsos. Pode também ser voltado para o desenvolvimento de habilidade de lidar melhor com a ansiedade, desconforto e carência afetiva. Antidepressivos que regulem a serotonina podem ajudar a diminuir a libido, a ansiedade e os pensamentos obsessivos.

Psicoterapia de casal e de grupo de adição sexual também pode obter bons resultados.
Toda atividade sexual, para ser saudável, não pode colocar a pessoa numa condição de escravidão. O sexo tem que fazer parte da vida e não ser a razão primeira da vida da pessoa.

 

 

Psicóloga e terapeuta sexual
 






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