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Do amor ao sexo Edição 103 - junho de 2016

Intimidade entre o casal

» Izabel Eilert (izabeleilert@terra.com.br)/psicóloga e terapeuta sexual


Como é possível ter tamanha intimidade a ponto de se despirem, entregando seus corpos completamente, mas não conseguem falar um para o outro o que vai no seu íntimo?

 

Pois é, infelizmente isto é mais comum de existir entre os casais do que se possa imaginar. Fazem sexo, mas não sabem conversar...

 

Tudo bem se imaginarmos acontecendo na época das nossas bisavósum casal não conversando de coisas íntimas e pessoais. Hoje pareceria impossível, com tantas informações que temos.


Na prática terapêutica esta realidade de casais com pouquíssima intimidade é bastante presente e posso afirmar que gera muitos problemas de relacionamento.

É comum entre casais que fazem sexo (se pressupõe que sejam pessoas íntimas a ponto de se despirem e de se entregarem um ao outro) ouvir:
- Paciente:  “Eu gostaria de tal coisa...”
- Terapeuta: “Você já disse isto para ele/a?”
- Paciente: ”Claro que não, ele não aceitaria/ela nunca entenderia”.
É verdade que para alguns casais é mais fácil tirar a roupa e ir para o sexo do que falar do que se passa no seu íntimo.

Então, que tipo de intimidade eles têm?
A intimidade entre um casal se constrói, e não é só a intimidade física, mas também a emocional. Casais que são amigos, que respeitam suas diferenças, que falam e também escutam um ao outro têm mais chancesde ter a intimidade aumentada, fazendo com que a relação seja mais satisfatória.

Casais que só falam o que realmente pensam na hora da briga não resolvem nada e ainda guardam com mágoas o que ouviram. Isto só irá fazer com que os “lixos emocionais” se acumulem, podendo vir a estourar mais adiante em uma grande crise conjugal.

Então, não deixe para dizer o que vai no seu íntimo só na hora do “sangue fervendo” ou em momentos que estão discutindo a relação. A melhor forma de falar é quando estão bem e descontraídos (os namorados apaixonados fazem assim). E fale de você, diga o que vai dentro de você, o que gosta e o que não gosta, deixando claro que não está reclamando do outro, que não é uma crítica ao outro, mas sim uma informação para o parceiro lhe conhecer melhor.

Certa ocasião conheci um casal que usava uma expressão muito interessante quando um queria dizer algo pessoal seu para o outro para estreitar a relação: “Isto é para mapear”. Ou seja, o parceiro está sempre dando a direção de como é seu mundo íntimo ao outro. Quando se pode mostrar ao parceiro qual é o melhor caminho fica mais fácil de se acharem e não se perderem. Sem a ideia ilusória de que o outro irá nos “desvendarsem fazermos o menor esforço.

Relacionamento íntimo dá trabalho. Entregar-se de corpo e alma requer intimidade, que vai além de se despir. Tem que dizer o que sente empalavras, mas também saber ouvir, poder reconhecer as próprias limitações, não atacar e respeitar as diferenças, sejam elas referentes ao sexo ou ao dia a dia do casal.

 

 

Psicóloga e terapeuta sexual






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