Menopausa. E agora?
» Izabel Eilert (izabeleilert@terra.com.br)/psicóloga e terapeuta sexual
Assim como a adolescência, a menopausa é uma passagem que deixa marcas na vida das mulheres, não tendo quem escape delas. Umas passam melhor, outras pior, mas todas lembrarão quando passaram por ela. Afinal, é onde se estabelece quase que invisivelmente que a juventude chegou ao seu ápice e começou a declinar, mas de maneira interna é percebida de forma bastante intensa e clara. A mulher se dá conta de que algo nela mudou, de que o que era antes não é mais. É dada a largada para a fase da maturidade.
Assim como na adolescência, onde a saída da infância causa um pesar e a entrada na juventude causa um “friozinho na barriga”, por todas as descobertas e sensações novas que estão por vir, também na menopausa existe certa lástima de deixar para trás uma juventude que se acreditava muitas vezes que seria maior do que foi e também um “medo” pelo o que virá pela frente.
Sem entrar nos aspectos fisiológicos que envolvem esta fase, que são muitos, quero apenas mencionar uma citação que ouvi da doutora Ângela Grazziotin, da Itália, no último Congresso Mundial de Sexualidade Humana, em que ela diz que “uma mulher na menopausa, sem reposição hormonal, é igual a uma Ferrari sem combustível”. Deixando de lado o enfoque da reposição hormonal, que não me cabe, destaco o simbolismo emocional desta frase, da força que o feminino tem e de como a entrada nesta etapa de tantas transformações pode fazer com que a “máquina” de ser mulher fique parada.
Com hormônio ou sem hormônio, abre-se uma etapa nova, da maturidade, da colheita, de uma menor necessidade de buscar e de maior encontro consigo mesma. Deve ser uma fase de desfrutar mais de tudo, sem tanta cobrança. Da mulher poder e saber ser mulher em sua totalidade, com a sabedoria de quem está ganhando a vida, e não perdendo nada dela!
"Essa deve ser uma fase de desfrutar mais de tudo, sem tanta cobrança."
* Izabel é psicóloga e terapeuta sexual
EDIÇÃO IMPRESSA
BUSCADOR