Como podemos acreditar em modelos de beleza das revistas se o que vemos, na maioria das vezes, a nossa volta na praia são corpos com excessos? Gordinhos ou até gordões, com marcas da vida, de cicatrizes ou do descontrole (alimentar/emocional). Vê-se, literalmente, de tudo, o que era encoberto se revela, os corpos despidos se mostram.

No entanto, nos corpos quase nus que ali estão também se pode encontrar beleza de várias formas: na juventude e na maturidade, no masculino e no feminino. Há os que são aficionados pelo corpo, os que o abandonaram, aqueles que o usam para seduzir, os que são quase uma aberração.

Tudo o que não se mostrava durante todo o ano se pode ver na beira da praia. Tudo fica exposto, muito se revela. Até biquínis menores do que deveriam ser ou calções que foram moda há 20 anos, ou o sutiã que ficou deslocado após o mergulho no mar... Tudo está ali para todos verem.

As posições de tomar banho de sol, então, deixam à mostra, muitas vezes, até os detalhes mais íntimos e as bundas são colocadas totalmente à vista quando se viram para o sol. É inevitável o quanto o erotismo fica evidente neste “jogo” de sol, sal, areia... Quando tem uma música por perto então fica tudo amplificado. Todos dão uma mexidinha no corpo, exalando erotismo e sensualidade.

Ainda tem o protetor de sol passado de maneira gentil nos corpos um do outro ou no próprio corpo, que pode ser algo de uma sensualidade imensa. Será que na praia isso tudo fica sublimado? Coisa nenhuma! Aparece da mesma forma nas quatro estações, só que na beira da praia muito mais se revela. Claro que tem um erotismo no ar. Na beira da praia, os olhares são como binóculos que se cruzam, por vezes com crítica e por vezes com o desejo de ver o belo. O belo está lá, só depende dos olhos de quem o vê.




 

"Tudo o que não se mostrava durante todo o ano se pode ver na beira da praia. Tudo fica exposto, muito se revela"



 

* Izabel é psicóloga e terapeuta sexual