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Do amor ao sexo Edição 66 - janeiro e fevereiro/2013

Gozar a vida

» Izabel Eilert (izabeleilert@terra.com.br)/psicóloga e terapeuta sexual


Quando ouço as pessoas dizerem que querem gozar a vida, ou gozar as férias, ou gozar a aposentadoria, me questiono: o que isso significa?

Muitos chegam lá e não têm prazer algum. Ao contrário, é bem desprazeroso e difícil. Fazendo uma comparação entre gozar a vida e o gozo sexual, penso que há muitas coisas em comum... Para se chegar “lá”, em primeiro lugar, tem que se ter vontade. E ela não cai do céu. É preciso uma entrega, uma dedicação, um esforço para se alcançar o objetivo. Também não é algo que aconteça de uma hora para outra. É uma crescente, uma construção.

Não é preciso pré-estabelecimentos rígidos em mente, apenas estar disponível para aproveitar, pois é todo este caminho até o prazer que faz o gozo ser maior ou menor. Aceitar o que tem no momento, sem ficar só criticando o que falta ou o que não está tão bom é fundamental, bem como saber se divertir com as sensações. Sem preocupações ou necessidade de controlar tudo, aprendendo a se soltar (naquele momento) e aproveitar o que tem de bom ali.

Falar o que sente, o que gosta, o que quer, ajuda muito a tornar aqueles momentos mais fáceis e prazerosos. Desta mesma forma, entendo que o gozo da vida deve ser isto. É toda a jornada, o preparo, as vivências, o trabalho e a capacidade de se divertir que farão com que o clímax seja realmente proveitoso. Aquelas pessoas que querem gozar a vida, as férias, a aposentadoria, sem fazer nada que as conduza até lá, cuidado. Como isso seria possível?

Nem o gozo sexual, nem o gozo da vida se dão de uma hora para outra: aprender a construir. Isto é o melhor negócio. Aceitar o que temos de bom, aproveitar o aqui e agora sem ficar esperando o ótimo, o pico, o idealizado. Na vida, assim como no sexo, para se chegar “lá” (gozo) é necessário estar com a cabeça desconectada das coisas ruins, dos defeitos, das mágoas, dos ressentimentos, das frustrações, pois quem fica catalogando mágoas não tem como gozar com nada e quem se abre para os prazeres, com certeza, gozará a vida!




"Falar o que sente, o que gosta, o que quer, ajuda muito a tornar aqueles momentos mais fáceis e prazerosos."




* Izabel é psicóloga e terapeuta sexual

 

 






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