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Beleza EDIÇÃO 44 - JANEIRO E FEVEREIRO DE 2011

Uma volta por cima


Microimplante capilar promete devolver aos homens os cabelos e a autoestima

Você lembra da minha voz? Continua a mesma. Mas os meus cabelos... quanta diferença!” Esse bordão de um comercial dos xampus Colorama que ficou famoso nos anos 70 ilustra bem o dilema vivido por muitos homens. Com o desfolhar do calendário, eles acompanham os fios pouco a pouco lhe dando adeus e abrindo espaço para a tão incômoda calvície. Durante muitos anos, a única esperança era acreditar na força dos tratamentos cosméticos para evitar a queda ou então se tornar companheiro inseparável de perucas. Com os avanços da cirurgia plástica estética, uma nova opção, bem mais moderna e com resultados seguros e naturais, promete devolver o prazer de pentear os cabelos.
Trata-se do microimplante capilar, um procedimento cirúrgico onde é retirada uma porção de couro cabeludo das laterais da cabeça e nuca, regiões mais resistentes à queda, para ser transplantada para as áreas atingidas pela calvície. De acordo com o cirurgião plástico, Márcio D’Elia, 36 anos de idade, 10 de profissão, ele é indicado para pessoas com calvície moderada ou acentuada, mas que ainda possuem uma área doadora de cabelo, ou seja, o paciente não pode ser totalmente careca. “O folículo piloso, conhecido popularmente como bulbos capilares, deve obrigatoriamente ser obtido do próprio paciente, o que já evita possíveis rejeições”, explica.
Quem tem medo de encarar um procedimento cirúrgico pode ficar tranquilo. O risco é baixo e a intervenção dura entre duas e quatro horas dependendo da área a ser transplantada. Para fazê-la basta uma anestesia local com sedação leve. “A recuperação também não costuma causar problemas, nem dor. O paciente permanece com curativo e faixa por dois dias, quando então é retirado em casa e entre três e quatro dias já pode voltar às atividades roti-neiras”, observa D’Elia.
RESULTADO – Uma parte dos resultados já é notada logo após a retirada do curativo. Nos primeiros 30 dias muitos fios devem cair, mas seus bulbos permanecem, e nota-se o início do crescimento normal dos fios implantados, com resultado final após 9 a 12 meses. A melhor parte é que os resultados são permanentes, os cabelos, portanto, não voltam a cair. Em geral uma sessão resolve o problema, entretanto, em casos mais avançados pode necessitar mais uma ou duas sessões de implante. Na área onde é retirado os bulbos doadores não ficam grandes cicatrizes e as pequenas permanecem escondidas sob os cabelos após sutura.


Quanto custa?

Para voltar a passar a mão nos cabelos antes de tudo é preciso passar a mão no bolso. De acordo com o cirurgião plástico, Márcio D’Elia, os valores do microimplante capilar são extremamente variáveis. “Tudo depende do tamanho e complexidade da calvície e consequentemente do tamanho da cirurgia e equipe. Além disso, influi no custo o número de microimplantes necessários e etapas de cirurgia, já que podem ser necessárias de uma a três sessões”, afirma D’Elia. LINDA pesquisou em clínicas do estado e os valores começam em R$ 4 mil.




O microimplante capilar é indicado para homens e em raros casos é usado em mulheres. “A calvície feminina é bem mais complexa e merece uma investigação mais aprofundada orientada por dermatologista, endocrinologista e cirurgião plástico, tendo o microimplante capilar como exceção, já que o tratamento geralmente é medicamentoso”, explica o cirurgião plástico Márcio D’Elia. Somente em alguns casos quando estabelecido que tenha causa androgenética, que seria igual à masculina, é que pode ser feita a cirurgia, porém o resultado é mais imprevisível e difícil. ‘‘Quando se trata do público feminino, geralmente a calvície é difusa em todo couro cabeludo e áreas doadoras têm pouquíssima densidade de folículos para serem doados, não se conseguindo muitas vezes quantidade satisfatória nas áreas receptoras’’, observa D’Elia.




O que causa a calvície?

A calvície é causada principalmente por predisposição genética e hormonal. Os bulbos capilares por determinação genética têm maior ou menor quantidade de receptores ao hormônio testosterona, o que pode dar origem a atrofia progressiva e total do folículo piloso causando a calvície. As áreas frontais e superior do couro cabeludo geralmente são as mais atingidas, pois os folículos destas regiões são os que possuem maior quantidade destes receptores de hormônio. Os bulbos da região lateral e posterior não possuem ou possuem em muito menor quantidade os receptores e é por isso que nessas áreas os cabelos costumam resistir à queda.



Pela manhã, perceber alguns fios de cabelo no travesseiro é normal. Isto porque, em média, possuímos 100 mil fios no couro cabeludo e uma pequena parte deles (aproximadamente 50 fios) caem todos os dias. Normalmente, essa perda não deve se tornar motivo de desespero, pois uma grande quantidade é reposta, impedindo que se perceba uma perda real.








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