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Entrevista EDIÇÃO 31 - NOVEMBRO 2009

Dona do próprio nariz


Ser chefe de si mesmo, planejar seu horário de trabalho e o período de férias, além de trabalhar para construir sua própria riqueza, são basicamente os incentivos que levam os funcionários a se tornarem empresários. Com a contabilista Alessandra Anversa, 34 anos, não foi diferente. Depois de trabalhar por 10 anos no setor de contabilidade de uma empresa, ela decidiu dar asas ao sonho de ter seu próprio negócio e arriscar a carreira em nome do seu empreendimento, a loja Pezinho de Anjo, especializada em roupas e calçados infantis. Hoje, depois de dois anos a frente do negócio, ela se diz realizada e garante nunca ter se arrependido de trocar o salário certo ao fim do mês pelos rendimentos incertos que uma empresa pode ter, especialmente no início das atividades.

 


Alessandra: ter seu próprio negócio foi a realização do sonho profissional

 

 

O que motivou a querer ter seu próprio negócio?
Trabalho como funcionária desde os 18 anos, mas sempre sonhei em um dia poder ter meu negócio. Depois que me formei e comecei a trabalhar na minha área sempre me senti realizada, porém percebi que não tinha mais para onde crescer dentro da empresa que eu estava. Esse fator, aliado ao meu sonho, fez eu me encorajar e aceitar o convite da minha irmã para ser sócia na loja. Antes disso, eu já estava encarando a experiência de ter meu escritório de contabilidade montado na minha casa para eu me dedicar no turno da noite.

Como foi o começo?
Para quem sonha em ser dono do próprio nariz, já aviso: o início não é fácil. Nesses dois anos, todo o dinheiro que lucramos serviu para investir na loja. No início trabalhávamos em uma pequena sala. Além disso, foi uma luta para conquistar os clientes, especialmente por não estarmos em um ponto tão favorável para o comércio.

Mesmo com essas dificuldades, você conseguiu o sucesso. Qual a receita?
Não existe uma receita pronta que sirva para todos, cada um tem uma forma de trabalhar e alcançar o que deseja. No meu caso, a característica mais determinante para ter feito o negócio dar certo é a perseverança. Claro, existem alguns fatores que o empreendedor de primeira viagem precisa considerar antes de iniciar seu próprio negócio, para não ser como muitos que conseguem falir a empresa no primeiro ano de funcionamento, como por exemplo: escolher bem o ramo a se dedicar, ter plano de crescimento, estratégias de fidelização do cliente, etc.

Quais as vantagens e desvantagens de ser dona do próprio negócio?

Vantagem é poder crescer sem limites, ao contrário de quando somos empregados, basta sonhar e correr atrás que é possível estar sempre melhorando. Já a desvantagem é o tempo de dedicação. Dentro de uma empresa, a dedicação é exigida no tempo do expediente, quando se é dono de um negócio é preciso disponibilidade integral. Muitas vezes viajo para fazer compras e fico de três a quatro dias fora. Antes eu trabalhava de segunda a sexta-feira, hoje não tenho folga, até aos domingos vou para a loja para o controle de estoque e fechamento de caixa. Mas tudo isso é compensado pela realização do meu sonho.

Essa foi a grande mudança então?
Com certeza, mas aliado a isso está a minha realização pessoal. Também gostava de trabalhar como contabilista, mas me sinto plena com o meu negócio e também por estar mais em contato com o público. Essa relação é muito gratificante, especialmente por estar trabalhando diretamente com crianças.


Quais os projetos para o futuro?
Estou feliz por ter conseguido alcançar o sucesso do negócio, mas com certeza sigo sonhando em crescer cada vez mais. Além de ampliar a loja, tenho planos de abrir uma filial em outra cidade e quem sabe, um dia, ter uma rede de lojas.



“Se o negócio for igual aos outros, além de não atrair novos clientes, muitas vezes não consegue fidelizar os antigos”.








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