As histórias que poucos conhecem
Histórias envolvendo a jovem Shanna Scarparo, 24, é o que não faltam no imaginário de muitos cachoeirenses. Há quatro anos residindo em São Paulo, hoje ela está casada com o empresário Gustavo Brito, 40, e tem uma filha, a Valentina, de um ano. A broto Cachoeira do Sul 1997 e princesa da 11ª Fenarroz que sempre sonhou alçar novos vôos se diz uma mulher realizada e cheia de projetos de vida. Conheça um pouco mais dessa cachoeirense que decidiu ir buscar oportunidades fora da sua cidade natal.
Por que você decidiu ir embora de Cachoeira?
Sempre quis morar em uma cidade grande, queria conhecer novas pessoas e encontrar oportunidades de crescimento. Quando surgiu a chance de ir para São Paulo não pensei duas vezes, fui com a cara e com a coragem. Desde que cheguei tive que batalhar pelo meu sustento, por que não achava justo ser bancada por meus pais, já que a decisão de ir embora foi minha. Estou aqui há quatro anos e sempre trabalhei como promotora de eventos.
Você recebe muitas cantadas e propostas indecentes no seu trabalho?
Muitas promotoras de eventos e recepcionistas fazem do trabalho uma forma de conseguir fazer programas e acabam sujando o nome das outras. Já recebi muitas cantadas, como toda a mulher, mas sempre educadamente recusei os convites. Tudo depende da postura da mulher. Os homens vêem logo de cara quem está ali para fazer seu trabalho ou quer algo mais. Nunca saí com nenhum homem por dinheiro. Meu trabalho é sério e escolhi essa profissão pela flexibilidade dos horários e porque é bem remunerada.
Você já participou de um ensaio sensual. Pretende fazer algum trabalho desse tipo novamente?
Não. Hoje, acho que porque sou mãe minha cabeça mudou. Não me arrependo de ter posado há três anos para o site Vírgula. Na época precisava muito do dinheiro e foram apenas fotos sensuais, sem aparecer nenhuma parte íntima do corpo. Foi bem semelhante aos ensaios da Garota PIQ feitos em Cachoeira. Quando vim morar em SP tentei a carreira de modelo, mas como não deu certo acabei desistindo. Hoje, já passei do ponto para fazer esse trabalhos.
É verdade que em São Paulo você diz sempre que seu nome é Vitória e não Shanna?
É verdade sim. É uma história engraçada, mas ao mesmo tempo tive muitos problemas com isso. Em São Paulo, chana é uma gíria usada para denominar o órgão sexual feminino. Quando fui para lá não sabia disso. Passei por muito constrangimento e também fui motivo de piada por várias vezes. A única solução era trocar de nome. Falei com os meus pais e pedi que me dessem um novo nome, meu pai se chama Vitório, então ele disse que gostaria que eu passasse a me chamar Vitória.
E a família, como reagiu a essa troca?
Meus pais foram me visitar um dia e comprovaram que o nome me causava constrangimento. Sei que muita gente insinua que Vitória é meu “nome de guerra”, querendo dizer que faço programa ou coisas assim. Não tem nada a ver. Desde que fui para SP trabalhei e batalhei honestamente para me sustentar. O nome Shanna me prejudica tanto que já entrei com um processo pedindo a alteração, porque fica estranho me apresentar com um nome e nos documentos estar outro. Fui registrada com esse nome por causa de um personagem de uma novela que meus pais assistiam e nem eles sabiam que me causaria tanta dor de cabeça.
Você se diz apaixonada por SP. Pensa em voltar a morar em Cachoeira?
Não. Viver em uma cidade grande como SP rende muitas experiências. Em Cachoeira, as pessoas se preocupam muito com a vida dos outros e lá não é assim, se você quiser sair com o cabelo roxo na rua ninguém vai nem prestar a atenção, tu vai ser somente mais um anônimo. Sei que comentam muito sobre a minha vida, mas não me abalo com isso. Sei que faço tudo certo e não me importa as fofocas. Minha consciência é que manda.
Você homenageou seus pais com uma tatuagem. O que eles pensam sobre isso?
Fiz uma tatuagem na nuca com as iniciais dos nomes deles, Cláudia e Vitório. Meu pai no início achou a idéia meio estranha, mas depois se sentiram felizes. Agora quero fazer uma em homenagem à Valentina.
Quais seus projetos para o futuro?
Quando saí de Cachoeira estava no terceiro semestre do curso de Direito, tranquei a matrícula e comecei a fazer design de interiores em SP. Parei esse curso no segundo ano. Hoje meu projeto é concluir a faculdade de Direito, para isso vou seguir trabalhando como promotora de eventos, uma coisa que gosto muito de fazer. Na vida pessoal, quero seguir feliz com meu marido e criar bem a minha filha.
"Em Cachoeira, as pessoas se preocupam muito com a vida dos outros."
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