Filho de agropecuaristas, Julio Osmar dos Santos Luiz, o Julinho do Mercado, nunca pensou em seguir uma carreira política, até que por incentivo de sua mãe disputou a eleição para vereador de 2008. Já na primeira tentativa ele garantiu pelo Partido Progressista (PP) uma cadeira na legislatura de Cachoeira do Sul. Hoje, aos 43 anos e em seu último ano de mandato, ele comanda a Câmara Municipal.
“Política não se faz apenas com palavras e belos discursos, é preciso saber enxergar e pensar como o povo”, Julinho do Mercado
Como avalia sua trajetória política?
Sou de origem humilde, precisei trabalhar desde cedo e, como morava no interior, pelas dificuldades de locomoção na época, estudei somente até a sexta série do ensino fundamental. Então chegar onde estou, com certeza, foi um desafio. Estou muito satisfeito por ter sido eleito vereador e também pela minha escolha para presidente da Câmara nesse último ano de mandato. Essa nova etapa, que já completa cinco meses, foi difícil no início, mas passado o nervosismo inicial agora estou mais à vontade com as rotinas da presidência. Entretanto, sempre gosto de deixar claro que minha preocupação não é com status, quero mesmo é poder fazer a diferença na vida da comunidade.
Entre suas ações, o que deve marcar sua gestão?
Até agora posso dizer que como presidente da Câmara Municipal o que fiz de mais importante foi a assinatura do contrato com a empresa que vai organizar o processo seletivo para o preenchimento de quatro vagas no quadro de servidores efetivos do Poder Legislativo. Com a realização do concurso, funções que são exercidas por cargos em comissão, com servidores nomeados por meio de indicações - passarão a ser exercidas por servidores concursados.
O senhor já se envolveu em polêmicas, como a da carne apreendida em seu mercado e a gerada pela gafe ao se referir ao bispo dom Remídio como dom remédio. Como avalia isso?
Como toda figura pública, minha conduta é analisada o tempo todo, então é natural que deslizes virem polêmica. No caso da carne, em que duas vezes houve apreensão no meu mercado, tenho processos em andamento. O que posso dizer é que nada foi intencional. Se soneguei impostos não foi por maldade e sim por falta de informação – o que já foi corrigido. Já quanto ao erro de pronúncia durante um dos discursos na Câmara de Vereadores, justifico pelo nervosismo. Pedi desculpas ao bispo assim que fui informado sobre o erro e fui perdoado.
Quais seus projetos para o futuro político?
Em meus planos não está mais a candidatura a vereador. Tomei gosto pela política e planejo ir além: ser candidato a vice-prefeito no próximo pleito ou assumir uma secretaria municipal na próxima gestão. Quero ter a chance de fazer mais pela população e para isso preciso literalmente ter a caneta na mão. Como vereador, ao contrário do que muitos pensam, não tenho o poder de, por exemplo, mandar consertar uma estrada do interior ou um buraco na rua, só o que posso é repassar o pedido à Prefeitura. Hoje, minha função é legislar, mas quero colocar a mão na massa. Mostrar que posso melhorar a vida do cachoeirense.
E para a vida pessoal?
Casei há pouco tempo (com a técnica em enfermagem Kélen Rodrigues Luiz, 21 anos), então quero me dedicar mais à família. Tenho um filho de 24 anos, o Anderson, fruto de meu primeiro casamento, e pretendo ainda ter mais um herdeiro. Também quero continuar apoiando, como faço há 10 anos, creches, escolas, grupos de igrejas e clubes desportivos. Isso tudo sem nenhuma pretensão política, só fazendo minha parte como cidadão.