Alegria de viver
Aos 62 anos, Lúcia Pêgas de Lima mostra todo o seu entusiasmo pela vida
Sempre de bem com a vida, a bibliotecária Lúcia Pêgas de Lima, 62 anos, consegue administrar sua rotina pessoal e profissional com doses de bom humor e sabedoria. Natural de Encantado, ela veio para Cachoeira do Sul com 25 anos acompanhando o marido, o arquiteto e urbanista Augusto de Lima. "Nos conhecemos durante a faculdade na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). O Augusto é natural de Cachoeira e por causa de um convite de trabalho resolvemos fixar residência aqui depois de casados", conta.
Filha de médico, as boas condições financeiras da família possibilitaram que Lúcia tivesse oportunidade de ter uma educação de qualidade. Mas não foi só o estudo nos melhores colégios que a tornou uma mulher competente em tudo o que se propõe a fazer. Sua garra e determinação sempre a impulsionaram a buscar a realização na vida. "Como perdi minha mãe aos 15 anos, o meu pai se tornou o meu maior exemplo de vida. Ele me ensinou a preservar a ética e me mostrou a importância de ter dedicação em tudo, além de ser uma pessoa justa, acima de tudo", observa.
Lúcia: uma mulher de fibra
"Meu pai foi meu maior exemplo de vida. Ele me ensinou a preservar a ética e me mostrou a importância de ter dedicação em tudo"
Elegância impecável
Cheia de charme, Lúcia chama a atenção pela maneira de se vestir e se portar
Comunicativa, sensível e leal, como ela mesmo se define, Lúcia é dona de uma elegância impecável, não só no estilo de se vestir, mas também no modo de se portar. Por onde passa, a bibliotecária chama a atenção pelo bom gosto e requinte dos seus trajes. Para garantir esse reconhecimento, Lúcia diz que é preciso cuidados fundamentais, como adequar a roupa ao local, ao horário, tipo físico e a idade de quem está usando. "Sou vaidosa, gosto de me maquiar e me vestir bem, mas não sou uma pessoa consumista, do tipo que sai comprando tudo o que vê", confessa.
Para estar sempre em dia com a moda, ela compra peças básicas e fáceis de combinar sempre no início de cada estação. "No início do outono, por exemplo, comprei peças com a cor cinza, que além de estar em alta, poderei combinar com as roupas que já tenho", ressalta. Uma das qualidades que ela mais se orgulha é o respeito à pontualidade em todos os seus compromissos. "Prezo muito os bons modos, por isso, para mim, elegância é muito mais do que vestir-se adequadamente. É possuir opinião clara em relação ao que o mundo da informação nos coloca diariamente, estando a par dos acontecimentos, e é tratar todos com a dignidade que merecem, sem distinções", complementa.
Companheirismo: união de Lúcia e Augusto já dura 38 anos
"Ainda curto namorar, andar de mãos dadas e dançar de rosto colado"
Paixão pelos livros
Lúcia orgulha-se de ter se realizado na profissão de bibliotecária
Passar horas dentro de uma biblioteca catalogando, organizando e recuperando livros ou elaborando projetos para incentivar a leitura não significa sacrifício para Lúcia, e sim prazer. Seu interesse pela profissão de bibliotecária foi despertado ainda na infância, quando ela começou a estudar em regime de internato na cidade de Lajeado. Sua primeira missão profissional foi organizar a biblioteca do setor jurídico do Instituto de Previdência do Estado (IPE). Hoje, apesar de aposentada, ela segue se dedicando à carreira.
Lúcia atua como responsável pelas bibliotecas escolares e projetos ligados ao incentivo à leitura na 24ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE). Além disso, ela trabalha como bibliotecária do Colégio Sinodal Barão do Rio Branco. "Trabalhando no colégio pude reencontrar o prazer de conviver com os jovens que se interessam em buscar informação e cultura", diz. Muito atuante e dedicada à profissão, durante os 21 anos que trabalhou na Biblioteca Pública Municipal ela garantiu o aumento do acervo de oito mil para 40 mil volumes.
Seu grande feito, entretanto, foi a consagração da biblioteca como referência em todo o estado. "O trabalho, para mim, é fundamental. Cresci orientada a ter uma profissão e conquistar minha independência financeira. Gosto do que faço e tenho consciência do quanto é importante desenvolver políticas de leitura no país", acrescenta. Lúcia coordenou durante 20 edições a feira do livro na cidade. Na 20ª edição, foi descerrada na Praça José Bonifácio uma placa com os dizeres que ela considera emblemático: "Quem não lê, mal fala, mal ouve e mal vê". Para Lúcia, o segredo para ter sucesso na profissão é conhecimento, muita dedicação e amor ao que se faz.
Hobby: a paixão pelos livros está presente em um dos seus hobbies, a leitura
"Cresci orientada a ter uma profissão e conquistar minha independência financeira"
Família que cresce unida, permanece unida
Apesar dos filhos estarem morando fora da cidade, a comunicação é diária
Um dos grandes orgulhos da bibliotecária é ter conquistado uma família unida. Mesmo morando a quilômetros de distância de Cachoeira, seus dois filhos (Conrado, 35, e Paula, 32 anos) se comunicam diariamente com a mãe através da internet. "Gosto de acompanhar ao lado do Augusto os passos deles. Me sinto realizada ao ver que mesmo o Conrado estando em Curitiba e a Paula em Porto Alegre nos mantemos sempre ligados uns aos outros”, comenta. E não é só aos filhos que Lúcia dedica seu amor. Depois de 38 anos de casamento, ela ainda revela-se apaixonada pelo seu marido. "Ainda curto namorar, andar de mãos dadas e dançar de rosto colado", conta.
Quem conhece o casal, pode comprovar a amizade e companheirismo que nutrem um pelo outro. "Minha família sempre foi a prioridade e tem toda minha atenção, mesmo nos períodos de intensa atividade profissional. Ela sempre foi minha escora, âncora e referência, em especial o Augusto, com quem discuto projetos, divido angústias e preocupações", afirma. Como profissional, mãe e esposa, Lúcia mostra-se exemplar. Já na cozinha ela reconhece não se dar muito bem. "Sei fazer poucas receitas, mas gosto de apresentar a mesa bem posta, manter sempre a casa em ordem e florida", observa.
Mãe coruja: Lúcia e os filhos Conrado e Paula em foto do álbum de família
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