Cachoeirenses mostram objetos que fazem parte da sua história
Relógios, móveis, quadros, rádios e outros objetos usados na época dos pais, avós e bisavós são guardados com muito carinho por pessoas que admiram essas antiguidades. Muitos relacionam o objeto antigo à época em que foi produzido e usado, atribuindo a eles a missão de trazer à tona momentos marcantes, como cenas da infância e lembranças de amigos e familiares. Pode ser uma herança de família ou algum objeto adquirido durante a vida, mas que represente um sentimento que resgata a memória do passado. LINDA mostra algumas relíquias que os cachoeirenses guardam em casa, confira:
Valdomiro Ribeiro Filho, 53, empresário
Relíquia: rádio dos anos 30
Quem chega ao escritório de Valdomiro logo se depara com um rádio antigo que é herança do seu pai. Apesar de não ser fã de antiguidades, o empresário guarda com muito carinho o rádio que tem para ele um valor sentimental muito grande. “Essa lembrança quero deixar para meus filhos para guardarem de recordação do pai e do avô”, conta Valdô que não venderia o objeto por valor nenhum. “Não troco nem por um carro zero”, completa o dono do rádio que apesar de antigo, ainda funciona e toca várias rádios internacionais.
Alceu Antônio Mainardi, 64, engenheiro civil
Relíquia: gramofone
Há mais de 90 anos na família Mainardi, o gramofone ainda funciona perfeitamente. Alceu herdou o objeto do seu pai e já está com ele há 40 anos. Ele conta que o gramofone foi presente do seu avô para o seu pai. “Na colônia onde morava não tinha opção nenhuma de lazer, então meu pai queria entrar em uma banda musical, mas meu avô não permitiu e lhe deu o gramofone de presente”, conta o engenheiro. Alceu vai deixar o objeto de recordação para os filhos e diz que jamais o venderia. “Adoro objetos antigos, tenho muitas relíquias e essa tem uma carga sentimental muito grande para mim” completa.
Eduardo Köhler, 54, empresário
Relíquia: relógio de parede
Encantado pelo som que os relógios de parede produzem, Eduardo possui vários deles expostos na sala de sua casa. Ele conta que a paixão por coisas antigas teve início com algumas peças herdadas do museu que tinha o avô de sua esposa. “Minhas antiguidades preferidas são os relógios, não tanto pelo aspecto visual, mas pelo som que cada um emite. É diferente e todos eles me fascinam”, conta Eduardo. O relógio apresentado pelo empresário foi adquirido há alguns anos e ele pretende deixar suas relíquias de recordação para os filhos.
Célia Leal Salzano, 73, dona-de-casa
Relíquia: camafeu
Apaixonada por antiguidades, Célia tem entre seus objetos preferidos do acervo um camafeu. Herança de família, ele é datado do século XIX e tem um lugar de destaque no quarto: “Ele fica logo acima da minha cama, assim sempre posso contemplá-lo”, conta. Com a peça desde a década de 70, Célia tem grande apreço pelo camafeu, até porque ele é bastante difícil de ser encontrado. “Jamais iria me desfazer dele, quero que siga em poder da família”, observa.
Eduardo Minssen, 52, leiloeiro oficial
Relíquia: primeira geladeira elétrica de Cachoeira do Sul
A adega pouco comum da casa de Eduardo guarda além de vinhos, um pouco da história de Cachoeira do Sul. Ela é uma antiga geladeira do início dos anos 30, o primeiro modelo elétrico da cidade e que foi comprada por seu avô. Na época, ter um eletrodoméstico era um luxo e o valor era equivalente ao de um carro. “Não venderia essa geladeira por dinheiro nenhum, porque além do valor sentimental, ela ainda funciona e serve como parte da decoração”, conta Eduardo que está com o eletrodoméstico há 20 anos e quer que ela permaneça na família.
Lya Wilhelm, 83, professora aposentada
Relíquia: puxador de sino
Antes de existir campainha elétrica, a maneira de avisar a chegada em uma casa era tocando um sino. No ano de 1960, na sua estadia em Viena para estudar, Lya ganhou de seus parentes um puxador de sino que guarda até hoje com muito carinho. “É um bonito objeto e bastante antigo. Uso o puxador como parte da decoração”, conta Lya que nunca abriria mão do seu puxador.
Mirian Ritzel, 50, professora
Relíquia: estojo de perfume
Grande apreciadora de objetos antigos, Mirian conta com uma relíquia familiar entre suas antiguidades preferidas: um estojo de perfume que foi presente do seu avô para sua avó. “Quem olha, pensa que é uma joia, mas são pequenos frascos de perfumes que lembram pérolas”, conta. Apesar de ter mais de 80 anos, o estojo está bem preservado e ainda se consegue sentir de leve a fragrância francesa que continha nos frascos. Em seu poder há oito anos, Mirian não venderia o estojo, pois tem um valor afetivo muito grande e ela pretende doar o objeto ao Museu Municipal.