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Reportagens EDIÇÃO 41 - OUTUBRO 2010

Ligado na tomada!


Seu filho parece ter energia demais? Fique atento: ele pode ser hiperativo

A infância é uma época de conquistas e descobertas. Correr, brincar, pular. Até aí tudo normal para essa fase da vida. O problema é quando os pequenos não param nunca. Estão sempre agitados e fazem jus a expressão usada por muitas mães: meu filho parece estar ligado na tomada. Em muitos casos esse tipo de comportamento pode estar acontecendo por causa de uma doença chamada Transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). De acordo com a especialista em terapia psicanalítica e psicoterapias na infância e adolescência, Rose Caldas, 51 anos, sendo 26 anos de profissão, antes de achar que a criança está com o problema, é preciso identificar alguns sintomas, especialmente o de não conseguir focalizar sua atenção num estímulo, o que leva a dificuldade de ficar numa tarefa muito tempo.
“Toda criança é um tanto inquieta, impulsiva e desatenta, mas algumas têm um grau mais elevado que o observado em outras da mesma idade, por isso são portadores de TDAH”, observa Rose. Os sintomas podem apontar para a existência do problema, mas somente um profissional especializado  está apto a fazer o diagnóstico. “O que não é fácil de identificar. A avaliação deve envolver os pais, a criança e a escola e estar presente ao menos em dois contextos”, ressalta a psicóloga.
 PREJUÍZOS – Hoje, o TDAH afeta 3% a 7% de crianças em idade escolar. Entre os prejuízos está o baixo desempenho escolar, comprometimento da autoestima, já que muitos são rejeitados, dificuldades de relacionamento, distúrbios psiquiátricos e alto nível de frustração para os familiares.


Hiperatividade: transtorno sério e não um mau comportamento



Hora do tratamento

É necessário procurar um profissional quando os pais identificarem um padrão de desatenção e hiperatividade mais frequente do que o observado em crianças da mesma idade. É importante considerar a duração dos sintomas e intensidade. Geralmente a suspeita da hiperatividade começa aos quatro anos de idade, o que fica mais evidente com o ingresso na vida escolar, já que a criança terá que lidar com novas exigências e disciplina. O tratamento deverá incluir psicoterapia, tratamento psicopedagógico, medicação, trabalho conjunto com a escola, mudanças no estilo de vida e disciplina. “Para viver com qualidade de vida é necessário entender a doença e seguir o tratamento recomendado”, orienta Rose.



Como identificar

As crianças com hiperatividade:

. Não conseguem focalizar sua atenção num estímulo o que leva a dificuldade de ficar numa tarefa muito tempo.

. Estão sempre falando, correndo, escalando...

. Não escutam instruções.

. Não concluem tarefas.

. Tem dificuldades para aguardar sua vez.

. Mudam de uma atividade para outra.

. Distraem-se facilmente.

. Arriscam-se em atividades perigosas.

. Perdem coisas.





Dicas para ajudar a criança hiperativa

. Ajude a criança na organização das atividades.

. Tenha uma rotina, respeitando horários.

. As regras devem ser breves e bem claras.

. Dê uma instrução de cada vez.

. Resolva problemas na hora, não adie.

. Elogie quando obtiver sucesso. Recompense mais do que puna.

. Faça a criança praticar atividades físicas para canalizar a energia.

. Cuidado na escolha da escola, não podendo ser muito rígida, com muitas cobranças e nem com número excessivo de alunos.




Fonte: Rose Caldas, especialista em terapia psicanalítica e as psicoterapias na infância e adolescência.






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