A hora de dizer não
Nem sempre é fácil lidar com a birra das crianças. Pais precisam insistir nas regras
Dizer não para as crianças é mais difícil do que parece. É preciso cuidado para que isso não se transforme em um problema para pais e filhos. Desde muito cedo, quando começam a interagir com a família, os pequenos descobrem que podem usar a birra para conseguir o que querem, seja um doce fora de hora, seja escapar do banho ou do jantar. Em casos como esse o choro é normal e pode cessar ou aumentar de acordo com a reação dos pais, alerta a pedagoga Anadeli Bica de Quadros, da escolinha Guri e Guria.
Segundo ela, há duas regras básicas que ajudam a evitar que o não seja sinônimo de problema dentro de casa. A primeira é manter a postura, insistir nas regras. “Quando for preciso os pais devem dizer não e ambos persistirem no não. Faz parte do aprendizado da criança. Caso contrário os pais logo perderão o controle”, adverte. Fazer birra é uma forma que os pequenos têm para chamar atenção e tentar realizar seus desejos. “Muitas vezes acontece de o pai dizer não e a mãe dizer sim. Por mais duro que seja é preciso manter uma postura, insistir no que está certo”, recomenda.
Outra regra é optar sempre pelo diálogo. O velho “não é não e pronto” que todo mundo um dia ouviu na infância deve ser evitado. “A conversa, as explicações, começam desde cedo. A criança deve entender os motivos pelos quais não pode pegar determinado objeto ou levar determinado produto do supermercado”, exemplifica a pedagoga. “Mas as explicações devem ser simples, de acordo com a idade da criança”, alerta. Agindo assim os pais estarão não apenas tornando menos traumático o não, mas também estimulando o desenvolvimento dos filhos e fortalecendo a relação com eles.
A funcionária pública Patrícia Eliza Pigatto Stefanello, 37 anos, tem agido assim com a filha Júlia, de 3 anos, e não se arrepende. “Nem sempre é fácil dizer não. Mas quando é preciso procuro fazer alguma negociação ou então explicar o motivo”, relata a porto-alegrense que mora em Cachoeira do Sul desde o começo do ano. “Não posso menosprezar a inteligência das crianças, por isso opto sempre pela conversa, pela explicação”, diz Patrícia.
EDIÇÃO IMPRESSA
BUSCADOR