Falta de tesão
“É fundamental conhecer o próprio corpo e a sua sexualidade. A mulher precisa se sentir segura e confortável para falar sobre o assunto com seu parceiro e profissionais de saúde”. Pâmela Moraes.
Por que as mulheres diminuem seu desejo sexual
Um único assunto e uma infinidade de perguntas: redução de libido da mulher. Afinal, o que pode influenciar e causar a diminuição do desejo sexual? A menopausa tem culpa nisso? Mas e aí, tem como reverter esse quadro? Esses são só alguns dos principais questionamentos.
E sim, conforme a endocrinologista Pâmela Moraes, 32, a menopausa é um dos fatores que interferem – e também preocupam – as mulheres. “Neste estágio da vida reprodutiva, há uma queda na produção de hormônios no corpo da mulher, como estrogênio e testosterona, o que pode impactar a qualidade de vida e provocar alguns efeitos no cérebro e nos órgãos genitais”, explica.
Além dos hormônios, importantes para a manutenção saudável dos tecidos da vulva e da vagina, nesta fase da vida também pode haver o surgimento de distúrbios emocionais e/ou psiquiátricos, com quadros de ansiedade e depressão. “Com a diminuição dos hormônios, o tecido destes órgãos tende a ficar mais ‘fininho’, menos elástico e mais ressecado. Portanto, ao ter relação, a mulher poderá sentir uma menor lubrificação. A partir daí, a tendência é de que passe a associar o ato sexual como algo doloroso, o que terá um impacto negativo e psicológico no seu desejo”, afirma.
Tratamento
Conforme Pâmela, a única medicação aprovada para libido feminina é a flibanserina, e ela não está disponível no Brasil. Todas as outras medicações para o tratamento da disfunção do desejo sexual são consideradas off-label, ou seja, são prescritas por conta e risco do médico, para finalidades distintas daquelas que constam na bula – além de ainda não estarem homologadas pelos órgãos de saúde competentes do país.
Uma opção, segundo a médica, é a Terapia de Reposição Hormonal. Quando associado à menopausa e houver indicação, esse tipo de tratamento pode ajudar a melhorar o desejo sexual e o ressecamento vaginal. “Tratamentos para redução da obesidade, ao restabelecerem o eixo de produção hormonal, também podem ajudar, desempenhando papel fundamental na autoestima da mulher”, enfatiza.
Uma condição com muitos fatores
Mas não é só a menopausa a grande responsável pela falta de desejo sexual. A endocrinologista explica que o uso de medicações, como antidepressivos e anticoncepcionais orais também podem interferir. Doenças crônicas, como hipertensão, diabetes e obesidade; enfermidades como anemia ou problemas na tireoide; além de questões emocionais e comportamentais, como insatisfação no relacionamento, situações abusivas, doenças psiquiátricas ou dependência de cigarro e álcool, também são gatilhos que podem desencadear a redução da libido.
“É uma condição multifatorial e é normal que as mulheres tenham diferentes níveis de libido ao longo do tempo. Isso pode acontecer até mesmo por motivos simples que todos experimentam em algum momento da vida, como estresse, cansaço, mudanças na rotina e períodos em que outras atividades tomam o tempo que geralmente seria dedicado à atividade sexual — como o cuidado com os filhos, por exemplo”, reforça a médica.
Alimentos X o aumento da libido
A endocrinologista explica que não existe alimento “milagroso” que aumente a libido. Porém, uma alimentação saudável e equilibrada contribui com o funcionamento da produção de hormônios sexuais e evita doenças crônicas.
Ela destaca alguns alimentos que podem ajudar a estimular o desejo sexual, como pimenta, amendoim, nozes, romã, café, figo e outros com altos níveis de vitamina D, como cereais, cogumelos, peixes e ovos. Outros alimentos também são estudados por possível efeito afrodisíaco:
Açafrão: pode deixar a região pélvica mais sensível, aumentando a sensação de prazer;
Gengibre: aumenta o fluxo de sangue nos órgãos genitais e estimula o desejo sexual;
Mel: estimula a síntese de hormônios sexuais que potencializam a libido;
Castanhas: ajudam na lubrificação vaginal;
Alecrim: estimula a potência sexual;
Pimenta: pode favorecer o apetite sexual, pois aumenta a frequência cardíaca, estimulando a irrigação sanguínea.
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