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Reportagens Edição 193 - Setembro de 2024

Coração em alerta


João Victor Silva Sampaio é formado pela UFSM há 10 anos, natural de Criciúma (SC) e mora em Cachoeira do Sul desde 2021.

Estresse provoca infarto e doenças autoimunes


A rotina cada vez mais agitada, a infinidade de compromissos e a pressão das tarefas a serem cumpridas podem fazer nossa saúde física e mental ultrapassar os limites de segurança. Situações estressantes têm feito parte do dia a dia muito mais do que podemos imaginar.

 

O estresse é a resposta natural do corpo a um estímulo externo que ameace ou cause perigo. Ele desencadeia a produção de hormônios, como se estivesse colocando o corpo em alerta para situações de “combate”.

 

“O estresse pode causar aumento ou diminuição do apetite, sudorese, alteração no sono. Também pode desenvolver um quadro de ansiedade. Na fase mais avançada, que pode ser classificada como burnout, a pessoa já não consegue realizar suas atividades adequadamente”, explica o cardiologista João Victor Silva Sampaio, 39.

 

 

Abalo ao sistema imunológico

Conforme o profissional, o estresse diminui a eficácia do sistema imunológico, tornando-o menos capaz de combater algumas patologias e aumentando o risco de desenvolver doenças autoimunes.

 

Quando se trata do coração, o estresse é ainda mais perigoso. Em situações desse tipo, nosso organismo libera hormônios como uma forma de defesa. Porém, segundo o especialista, quando liberados por longos períodos, acabam sendo prejudiciais à saúde por causarem redução do calibre dos vasos sanguíneos, espasmos das artérias coronárias, aumento da pressão arterial e da frequência cardíaca.

 

“Geralmente, o estresse soma-se a fatores de risco tradicionalmente reconhecidos como causadores das doenças cardiovasculares, como infarto e AVC, além de obesidade, tabagismo, pressão elevada, colesterol alto, diabetes e sedentarismo”, destaca.

 

 

Infarto em jovens

João Victor alerta para um fator preocupante: o número de pessoas jovens infartando tem crescido nos últimos tempos. Em grande parte, isso se deve ao fato das rotinas agitadas e cheias de compromisso ocuparem o espaço daquilo que deveria ser prioridade, como o cuidado com a própria saúde.

 

De acordo com o médico, isso se reflete no surgimento de hábitos que contribuem para o infarto cada vez mais precoce, como por exemplo, o crescente consumo de alimentos ultraprocessados já que são mais práticos de serem preparados, aumento do uso de drogas, sedentarismo, sono inadequado, tabagismo, estresse e aumento do número de obesos.

 

“Existe o ditado ‘prevenir é melhor que remediar’ e isso nunca fez tanto sentido como nos dias de hoje. Praticar exercícios físicos regularmente, evitar excesso de sal e açúcar na alimentação, ter sono adequado, combater a obesidade e o sedentarismo, não fumar ou cessar tabagismo e ter atividades de lazer em família são algumas das formas mais eficazes de prevenção cardiovascular”, afirma João Victor.

 

 

Arritmia emocional, você sabe o que é?

Arritmia é qualquer alteração no ritmo dos batimentos cardíacos. Arritmia emocional é quando algum sentimento, seja tristeza, raiva, solidão ou ansiedade, se apresenta de forma tão intensa que acaba influenciando os batimentos do coração. Isso pode fazer com que o coração fique mais acelerado (taquicardia), mais lento (bradicardia) ou até mesmo saia do seu ritmo normal.

 

Em alguns casos, a pessoa já pode ter alguma patologia cardíaca/arritmia prévia e o estado emocional alterado pode funcionar como “gatilho” para descompensar essa arritmia. As principais manifestações são palpitações, dor no peito, sensação de falta de ar, fraqueza e, em alguns casos, pode causar desmaios.






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