Camila Vogel trabalha como consultora de alimentos. Ela é pós-graduanda em Gestão da Qualidade e Higiene e Tecnologia de Produtos de Origem Animal.
Tira-dúvidas sobre os alimentos de origem animal
O cuidado com a saúde e o bem-estar passam diretamente por uma boa alimentação. Ela precisa ser saudável, nutritiva e equilibrada. Os benefícios são diversos e podem ser percebidos física e mentalmente. Mas quando o assunto é a alimentação de origem animal, uma série de dúvidas podem surgir e deixar aquela pulguinha atrás da orelha de quem consome.
Por isso, convidamos Camila Vogel, 31, médica veterinária, especialista na área de alimentos, para esclarecer os principais questionamentos e explicar os mitos criados sobre eles. É hora de acabar de vez com as paranoias sobre a alimentação, certo?
Carne de frango tem hormônio
MITO!
A legislação brasileira não permite que sejam oferecidos ou “injetados” nos animais substâncias estimulantes de crescimento ou de eficiência alimentar. “O frango que consumimos hoje apresenta maior desenvolvimento devido à intensa atividade de pesquisa por parte dos veterinários em relação ao melhoramento genético, nutricional, sanitário e de manejo”, diz a médica.
Leite de caixinha contém conservantes
MITO!
A legislação brasileira não permite a adição de conservantes no leite, portanto, se isso acontecer, caracteriza-se como fraude. O leite Longa Vida ou UHT (Ultra High Temperature) é resultado da pasteurização do leite a uma temperatura alta (entre 130°C e 150°C), por um período de 2 a 4 segundos e logo após resfriado em temperatura ambiente.
“Esse tratamento garante a eliminação de todos os microrganismos deteriorantes, tornando-o um alimento altamente seguro para consumo. É importante lembrar que depois de aberto, o leite precisa ser conservado refrigerado”, observa.
Mel pode apresentar consistência açucarada
VERDADE!
O mel é uma solução saturada de açúcares produzido a partir do néctar das flores e processado por enzimas digestivas das abelhas. Sendo assim, ele tende a cristalizar-se de forma espontânea com o tempo e temperatura, fato mais comum no inverno.
“O que não pode, de maneira alguma, é acrescentar açúcar ou qualquer outra substância ao mel. Lembrando que essa cristalização não faz o produto perder nenhuma de suas propriedades, seus nutrientes e sabor”, destaca Camila.
Devemos lavar a carne antes de consumir
MITO!
A água não é eficiente para fazer higienização e remoção das bactérias, muito pelo contrário. Ao lavar a carne, as bactérias normalmente presentes no alimento in natura se espalham. Além disso, quando lavamos a carne, a água escorre na pia e respinga nas louças e alimentos ao redor, tornando-os agentes transmissores.
“A lavagem também acaba retirando alguns nutrientes presentes na carne. Vale lembrar que essa instrução também é válida para os ovos, desde a higienização na indústria, antes da embalagem, até chegar ao consumidor nas prateleiras dos supermercados”.
Queijo pode ser “furadinho”
MITO!
Os queijos não devem apresentar olhaduras, mais conhecidos como “furinhos” do queijo, com exceção de alguns tipos maturados, como tipo Gouda, Edam e Emmental. Essas olhaduras indicam falta de higiene na ordenha ou na manipulação do leite.