Telas em excesso?
Elas prejudicam o cérebro do seu filho
É bem provável que você já tenha tentado conversar com uma criança e, diante da falta de resposta, percebeu que ela estava “hipnotizada” pelo celular ou alguma outra tela. Isso porque a tecnologia e as suas tantas distrações fazem parte da vida de crianças e adolescentes desde que eles chegaram ao mundo.
E sim, é verdade que esse recurso muitas vezes é utilizado pelos pais como um refúgio para entreter a criança durante o dia. Mas, como já sabemos, tudo o que é em excesso faz mal! Pesquisas realizadas por pediatras e especialistas em neurociência indicam que o uso excessivo de telas já é reconhecido mundialmente como um vício.
Como a neurociência explica?
Estudos dessa área comprovam que, ao passar muito tempo no celular, por exemplo, acontece uma diminuição na capacidade de concentração por longos períodos, pois os estímulos das telas são muito rápidos e intensos.
“Eles geram substâncias que fazem o cérebro liberar dopamina, que é o hormônio do prazer. Sempre que receber esse estímulo, haverá uma necessidade de mais dopamina. É como se o cérebro ficasse ávido por isso, pois gera prazer e bem-estar. Sem dúvidas, o uso excessivo de telas prejudica o desenvolvimento cerebral das crianças”, explicou Deise Quevedo, 46, neuropsicopedagoga.
Quais são os prejuízos na infância?
A superexposição às telas pode causar danos muito difíceis de reverter. A criança diminui a capacidade de interagir e de estimular a imaginação, apresenta déficit de atenção, atrasos cognitivos, distúrbios de aprendizado, aumento de impulsividade e diminuição da habilidade de controlar as próprias emoções.
“Conhecido como distração passiva, as crianças acabam consumindo joguinhos e vídeos nas telas. Mas isso não se compara ao brincar, um direito universal de todas as crianças em fase de desenvolvimento cerebral e mental”, destacou Deise.
Como limitar o tempo de uso de telas na infância?
Conforme orientações da Academia Americana de Pediatria, Organização Mundial de Saúde e Sociedade Brasileira de Pediatria, a recomendação sobre o uso de telas na infância é:
Abaixo de 18 meses – nenhuma exposição às telas (exceto por videochamadas para pais e avós, por exemplo).
Entre 18 meses e 2 anos - pouca ou nenhuma exposição às telas.
Entre 3 e 5 anos - até uma hora por dia.
Entre 6 e 10 anos - entre uma hora e uma hora e meia ao dia.
Entre 11 e 13 anos - até 2 horas por dia.
Quais são as orientações para a família?
Essa não é uma questão tão simples de resolver, principalmente se, em casa, já existe o hábito do consumo de telas por parte das crianças. “Ainda assim, cabe salientar que é importante o exemplo dos pais e responsáveis. Evite o uso de eletrônicos quando estiver com as crianças. As ações valem mais do que as palavras”, completou a profissional.
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