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Reportagens Edição 184 - Novembro de 2023

Autoestima: o que ela não é?


“A autoestima não é herdada, mas, sim, aprendida. E se posso aprender, também posso criar e modificar”. Melissa Streck Bundt

Conceitos que geram confusão sobre o assunto 

 

Poucas coisas na vida são estáveis e não precisam de uma dose extra ou de manutenção diária. A autoestima é uma delas. Acordar se sentindo seguro, confiante e realizado em um dia não significa que em todos os outros também será assim. É como uma planta, que precisa ser nutrida, regada e cultivada diariamente.  

 

Diferente do que se pensa, a autoestima não é apenas estética. Também não é modismo. Nem mesmo é sinônimo de sucesso pessoal. Autoestima é uma forma de sentir. “Ela é um conjunto de sentimentos e pensamentos sobre seu próprio valor e que irá repercutir em comportamentos positivos ou negativos ao longo da vida. Assim como cada pessoa passa por transformações, a autoestima também passará por um processo em sua formação”, explica a psicóloga clínica Melissa Streck Bundt, 47.  

 

 

Como driblar a baixa autoestima?

A psicóloga destaca que a expressão é utilizada para se referir à falta de amor próprio. A pessoa com baixa autoestima vê a vida de forma negativa, sente-se insegura, desconfia dos outros, sente medo de correr riscos e de ser rejeitada. “Para além dos mitos sobre este assunto, é possível, sim, desenvolver a autoestima constantemente. Fortalecê-la e buscar a autoaceitação são as chaves para superar os desafios da vida”. 

 

 

Evite comparações 

Quando se fala em autoestima, logo se pensa em aparência. É como se só pudessem ter uma boa autoestima as pessoas que se acham bonitas. Se fosse assim, como ficaríamos naqueles dias em que o cabelo não se ajeita de maneira nenhuma? E quando o peso extrapola o ponteiro da balança?  

 

Segundo a psicóloga, a autoestima está atrelada a uma visão ampla de si mesmo e da própria vida. “A estética e o sucesso pessoal fazem parte, é claro, sendo que dois dos pilares da autoestima são a autoimagem e o autoconceito. Mas não é apenas isso. Tem a ver também com o quanto eu me aceito e valido as minhas próprias escolhas”, diz.  

 

Além disso, Melissa alerta para as comparações – tão naturais em nós, seres humanos, mas que podem despertar gatilhos negativos. “Geralmente, elas não oferecem uma perspectiva saudável, pois são injustas consigo mesmas. Cada ser humano tem a sua própria história de vida, características e habilidades únicas e, nesses casos, o processo de autoconhecimento precisa ser fortalecido”. 






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