Joseane Arena, 48, psicóloga, explica que o marketing da Apple tem um grande objetivo.

O que leva pessoas a investirem R$ 13 mil num telefone?

Que o Steve Jobs, fundador da Apple, foi capaz de converter os consumidores da marca em verdadeiros fãs, ninguém duvida. Neste mês de outubro, completam-se 11 anos da sua morte, mas o legado construído por todo o mundo segue inabalável.   

Recentemente, a Apple anunciou mais um lançamento: o iPhone 15. No Brasil, dependendo das especificações, como o tamanho da tela e a capacidade da memória, o aparelho chega a custar mais de R$ 13 mil. As vendas iniciaram no final do mês de setembro em lojas físicas nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro. Na iPlace, revendedora online oficial da Apple, alguns modelos do novo aparelho já estão com as vendas esgotadas. 

Uma questão de identidade 

Joseane Arena, 48, psicóloga, explica que o marketing da Apple tem um grande objetivo: gerar identidade e senso de pertencimento, especialmente no público mais jovem. “Essa geração confia nas escolhas dos grupos aos quais de identificam, inclusive, pesquisando menos em outros locais. Pertencer a um grupo traz identidade e, de certa forma, define quem somos”, diz. 

A profissional ainda afirma que partilhar desejos pelos mesmos objetos, é algo natural ao ser humano desde a infância. Nesse sentido, as marcas são símbolos que representam essa construção de identidade, e o mercado sabe bem disso ao se posicionar de forma assertiva ao consumidor.  

“A Apple traz referências e afetos, crenças, experiências, memórias associativas, produz identificação e supre necessidades emocionais de acordo com suas propostas. O consumo tem componentes psicológicos importantes e precisamos refletir sobre isso.  Se a marca faz sentido para você e atende o que você espera em termos de qualidade, isso é o que importa”, finaliza. 

Mas por que as pessoas pagam? 

Deividi é consumidor da Apple há seis anos

Para Deividi Garcia, 34, empresário e consumidor da marca, o iPhone é uma ferramenta completa de trabalho e diversão, tanto na produção de mídias, como fotos e vídeos, quanto na execução das mais diversas tarefas diárias. Ele destaca, também, que o iOS, sistema operacional exclusivo dos iPhones, é considerado o mais seguro contra vírus, invasões ou vazamento de dados.  

“Os aparelhos são reconhecidos pela alta durabilidade e baixíssimo índice de defeitos e problemas, o que, além do custo benefício, faz com que mantenham uma ótima valorização dos seminovos na troca por aparelhos novos. Por fim, o status – que sabemos que existe – vem como um adicional aos diversos atributos que os telefones possuem”, afirma.   

Impactos na economia mundial 

Mateus é bancário há 11 anos e especialista em investimentos pela Anbima 

Mateus Semensatto Amengual, 29, bancário e especialista em investimentos, defende um ponto de vista relevante: os impactos positivos que a Apple gera na economia mundial. Segundo o profissional, a marca está em 10º lugar na lista das empresas mais valiosas do mundo, de acordo com a Forbes, tendo seu valor de mercado girando em aproximadamente US$ 3 trilhões. 

Conforme esses dados, apenas o PIB dos Estados Unidos, China, Índia, Japão, Alemanha e Reino Unido ficaram acima no ano de 2022. Todos os outros 185 países pesquisados pelo Fundo Monetário Internacional (FMI) possuem PIB inferior ao valor de mercado da Apple, inclusive o Brasil, que teve PIB de US$ 1,92 trilhão no ano passado.  

O economista listou alguns impactos positivos gerados através do grande volume de comercialização da Apple: 

- A produção e venda de iPhones geram empregos em todo o mundo, desde a fabricação de componentes até as vendas e serviços pós-venda; 

- A App Store, loja de aplicativos disponível em iPhones, criou um ecossistema exclusivo para desenvolvedores que geram receita significativa, fomentando o mercado de desenvolvimento de softwares; 

- A venda de iPhones tem impacto indireto na economia, com a comercialização de acessórios para dispositivos e serviços de internet móvel.