No “bom português”
Rafael Tatsch Jacóbsen é professor de Inglês, Espanhol, Francês, Italiano, Alemão e Português; além de ser Mestre e Doutor em Letras/Linguística.
Fique longe dos erros e vícios da escrita
A comunicação está presente em tudo o que a gente faz, e para que ela seja, de fato, assertiva, falar e escrever da forma certa se torna uma habilidade indispensável, capaz de transmitir até mais confiança. Por exemplo, se você é candidato a uma vaga de trabalho e tem um português impecável, imediatamente você vai causar uma boa impressão nos entrevistadores. Se você trabalha com vendas e usa a sua imagem pessoal pra isso, certamente, transmitirá mais credibilidade nas negociações.
Rafael Tatsch Jacóbsen, 41, professor há mais de 20 anos, explica que não existe apenas uma língua portuguesa e, sim, diversas variantes. “O português não padrão é uma língua totalmente funcional e mais coloquial, enquanto que o português padrão é a chamada ‘variante de prestígio’ ou ‘norma culta’, utilizada em órgãos oficiais e concursos públicos”.
Não descarte a norma culta!
Nas redes sociais, é comum lermos e escrevermos publicações utilizando uma linguagem mais informal, afinal, essa é a maneira mais direta de nos comunicarmos com o público. Contudo, não cair nos vícios de linguagem e saber utilizar a norma culta ainda é fundamental em diversas ocasiões. “Caso você não domine esse tipo de linguagem, poderá sofrer preconceito linguístico e perder oportunidades profissionais, além de não compreender com profundidade tudo o que lê”, destacou Rafael.
Para isso, ele recomenda a boa e velha leitura como uma das principais fontes de aprendizado. Assistir a filmes e séries, programas de televisão e documentários na língua padrão também ajudam a ampliar o vocabulário e a construir novos conceitos e significados. “Muitas pessoas erram na ortografia, na conjugação verbal e nas construções frasais devido à falta de leitura e poucas experiências de uso da língua padrão”, afirmou.
DICA DO PROFESSOR
Sobre a ortografia de palavras, além do Google, é importante consultar o VOLP - Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa, sites gratuitos de conjugação de verbos (www.conjugador.com.br) e dicionários online (www.aulete.com.br).
Erros mais comuns
- “Menas” no lugar de “menos”
- “Agente”, em vez de “a gente”
- “Estou meia doente”, em vez de “estou meio doente”
- “Entre eu e você” – o correto é usar “entre mim e você” ou “entre mim e ti”. Depois de preposição, deve-se usar “mim” ou “ti”
- “Mal” ou “mau” – o primeiro é o oposto de “bem”, enquanto que o segundo é o contrário de “bom”
- “Tem” ou “têm” – o primeiro é usado no singular, e o segundo no plural
- “Impresso” ou “imprimido” - a regra é simples: com os verbos “ser” e “estar”, use “impresso”; mas com os verbos “ter” e “haver”, pode usar “imprimido”
- “Há muitos anos”, “muitos anos atrás” ou “há muitos anos atrás” – usar “há” e “atrás” na mesma frase é uma redundância, já que ambas indicam passado. O correto é usar um ou outro: “A erosão da encosta começou há muito tempo / O romance começou muito tempo atrás”
- “Onde” ou “Aonde” – o primeiro indica a localização de algo, já o segundo tem o mesmo sentido de “para onde”
- “Ratificar” ou “Retificar” – o primeiro significa confirmar; e o segundo, corrigir.
Em relação à conjugação verbal, o professor explica que erros comuns ocorrem com “a gente” e o uso do verbo no plural, como em “a gente fomos” e “a gente vamos”. Além disso, confusões com a conjugação dos verbos “ver” e “vir” também são frequentes. Algumas pessoas confundem “vimos” e “viemos”, por exemplo.
Sobre os erros de concordância, eles ocorrem principalmente quando os sujeitos estão no plural e alguém coloca o verbo no singular, como em “o advogado e o engenheiro trabalha na mesma empresa”.
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