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Reportagens Edição 180 - Julho de 2023

AVC no inverno


“O AVC pode ocorrer em qualquer momento da vida, mas a faixa etária mais vulnerável, sem dúvidas, é a terceira idade”. Vinícius Severo

Riscos aumentam em até 20% nesta estação

 

As quedas de temperatura registradas durante o inverno assustam pela quantidade de problemas de saúde que podem desencadear. Um deles, e que acomete principalmente pessoas na terceira idade, é o acidente vascular cerebral (AVC). De acordo com o Instituto Nacional de Cardiologia, os riscos podem aumentar em até 20% nesse período. 

 

Conforme o neurocirurgião Vinícius Severo, 43, o motivo é que a queda da temperatura provoca reações no organismo, as quais costumam elevar a pressão arterial. E, com isso, aumenta-se também as chances de ter AVC. “Esses casos são testemunhados todos os anos pelos profissionais no Hospital de Caridade e Beneficência (HCB). No período do inverno, é muito mais intenso o número de atendimentos de pacientes com AVC”, relata. 

 

O profissional explica que por causa do frio intenso os vasos sanguíneos se contraem. Essa é uma reação natural ao frio, que funciona para preservar a temperatura corporal. No entanto, essa contração dos vasos sobrecarrega o coração, o que pode levar ao aumento da pressão arterial.  

 
 
 
Cuidados
O médico afirma que o AVC não está condicionado apenas aos hábitos de vida, mas quando eles são pouco saudáveis, podem, sim, provocar o problema. “Obesidade, tabagismo, má alimentação, sedentarismo e o não tratamento para doenças como diabetes e pressão alta aumentam e muito o risco de AVC”. 
 
Por isso, é recomendado redobrar os cuidados com a saúde em épocas mais frias do ano. Fazer atividades físicas é de extrema importância para manter as artérias bem cuidadas e desobstruídas. Além disso, uma alimentação equilibrada, com menos gordura saturada, açúcar e sal, ajuda a controlar os níveis de colesterol no sangue, a glicemia e a pressão arterial. 
 
 
AVC isquêmico X AVC hemorrágico 
Dificuldade para movimentar um dos lados do corpo, dificuldade para falar, dormência em um dos lados do corpo, dor de cabeça forte súbita, sonolência excessiva, desmaio e tontura com desequilíbrio são os principais sintomas que identificam o AVC:  entretanto, os efeitos dessa doença podem ser reduzidos com a correta prevenção, diagnóstico rápido e tratamento eficiente. 
 
Segundo o neurocirurgião, os dois tipos mais comuns são o AVC isquêmico e o AVC hemorrágico. “O primeiro corresponde a mais de 80% dos casos. Ele ocorre quando entope uma artéria do cérebro, impedindo a passagem do sangue. Nessas condições, temos o que chamamos de infarto cerebral. Porém, o AVC que deixa mais sequelas é o hemorrágico, que significa um vazamento de sangue dentro do cérebro, popularmente conhecido como derrame”, esclarece. 





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