Vilões do endividamento
“Para sair do vermelho, a atitude mais importante é tomar consciência da situação de endividamento e listar todas as suas dívidas. Conhecer experiências bem-sucedidas e buscar ajuda profissional também podem ser um bom caminho”. Debora Reis Wiedenhoft
Vire o ano longe do vermelho
Se tem uma época propícia para elevar os gastos mensais, certamente, essa época é o fim do ano! Festas, comemorações em família e na empresa, compras de Natal, revisão no carro, viagens e férias estão na lista dos gastos que mais geram endividamento. E já que este é um período bastante delicado para as finanças pessoais, é importante estar atento para não entrar o ano novo já com desequilíbrios no orçamento.
A incidência de juros, segundo Debora Reis Wiedenhoft, 32, administradora e bancária, também pode agravar o problema, chegando até a causar a perda do patrimônio e a venda de bens para ajudar a quitar as dívidas. “O endividamento excessivo também pode causar consequências de natureza moral, como estresse, comprometimento da qualidade de vida pessoal, desentendimentos familiares, além de restrições cadastrais”, destaca.
Anota aí!
Para reduzir os custos e diminuir o endividamento, você vai precisar de um planejamento financeiro eficiente. Para isso, siga a fórmula 50% – 30% – 20%, que funciona assim:
50%
É a parte da sua receita que deve ser destinada ao pagamento de contas gerais.
30%
É a parte que deve ser aplicada em atividades de lazer, para você e sua família.
20%
Corresponde ao valor que você deve guardar para investir ou mesmo para ter uma reserva em caso de emergências.
Falta de planejamento
“Ficar no vermelho é muito comum e bem angustiante. Infelizmente, educação financeira não era uma disciplina em nosso currículo escolar. Hoje, felizmente, o tema está bastante em alta”. Michele Gonçalves de Oliveira
De acordo com Michele Gonçalves de Oliveira, 33, gerente de instituição financeira cooperativa, praticamente todos os motivos que levam ao endividamento estão atrelados à falta de planejamento financeiro com os objetivos de curto, médio e longo prazo definidos.
“Somos bombardeados e estimulados o tempo todo a gastar e investir em algo que, muitas vezes, nem estamos precisando. Por isso, precisamos lidar com a impulsividade. O descontrole entre as receitas e as despesas e imprevistos de saúde, com o carro ou com a casa são exemplos onde, caso a pessoa não tenha uma reserva de emergência, terá um impacto gigante e que, muitas vezes, demora meses ou até anos para ser revertido”, explica.
Alerta máximo!
1 - Cartão de crédito: é considerado um vilão, mas se bem usado, pode ser um verdadeiro aliado. A possibilidade de comprar e pagar apenas na fatura do mês seguinte ajuda o consumidor a se planejar. “Mas ele se torna um vilão quando o cliente utiliza o pagamento mínimo. O cartão de crédito é o produto com os juros mais altos do mercado, com isso, as parcelas seguintes aumentam assustadoramente. Juntando essas parcelas com as compras normais, as próximas faturas do cartão tornam-se impagáveis, e a dívida vira uma bola de neve”, explica Débora.
2 - Cheque especial: se você estiver entrando constantemente no cheque especial, avalie a contratação de um outro empréstimo. Dê preferência para algum que tenha juros bem mais baixos e longos prazos para pagar. Assim, você conseguirá sair do endividamento rapidamente.
3 - Consumismo: não é fácil resistir às tentações que o mercado oferece, ainda mais nesta época do ano! Mas saiba que o consumismo leva a sua conta para o vermelho rapidamente. “Tente prestar atenção nos pequenos itens que você compra. Esses são os vilões silenciosos do orçamento. Isso porque fazem pouca diferença quando considerados individualmente, mas somam um valor alto ao final do mês”, alerta Débora.
4 - Falta de objetivos grandiosos: sabe aquele ditado “para quem não sabe aonde quer chegar, qualquer caminho serve”? Isso faz todo sentido quando o assunto é a vida financeira. Para fugir desse vilão, pare e pense: o que você gostaria de realizar em curto, médio e longo prazo? Dar entrada em um apartamento, fazer uma viagem de férias com a família, comprar um carro… Depois de traçar seus objetivos, crie um plano de como torná-los viáveis financeiramente. Estipule quanto precisará economizar por mês e por quanto tempo, a fim de transformar seus sonhos em realidade.
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