Até hoje, Gabriele já vendeu mais de 700 livros para pagar a faculdade no Paraná

Cachoeirense mudou de estado para seguir sonho de graduação

A neurociência está em tudo o que fazemos. Não é à toa que, cada vez mais, as empresas estão investindo nessa área, pois é comprovada a sua eficiência quando aplicada para entender melhor o comportamento e a forma de se relacionar entre as pessoas. Esse é só um dos tantos exemplos onde a neuro pode atuar, contribuindo para a criação de estratégias de liderança e uma convivência mais produtiva na equipe. 

Então, você já parou pra pensar que interessante seria entender melhor essa área, responsável por estudar o nosso sistema nervoso? Afinal, é ele quem coordena todas as atividades do corpo, como a respiração, os batimentos cardíacos e a digestão dos alimentos.  

Esse foi um dos motivos que despertou na cachoeirense Gabriele Schimidt, 26, a coragem para mudar de profissão e se dedicar a um novo projeto de vida. Ela estava na reta final do curso de Arquitetura aqui em Cachoeira, quando decidiu, há dois anos, mudar para Psicologia e ir cursar a graduação na Faculdade Adventista do Paraná, na cidade de Maringá. “Tive resistência de alguns familiares, mas o sonho de estudar Psicologia falou mais alto. Enfrentei a timidez e busquei coragem pra deixar a estabilidade que tinha na minha cidade para seguir uma missão maior”, diz. 

Programa para custear os estudos 

Dentro da Psicologia, ela dedica seu tempo para estudar a neurociência, como um curso à parte da graduação. Para custear sua faculdade, nas férias, ela participa de um programa da própria universidade. O projeto, chamado Colportagem, coloca o estudante na prática para desenvolver suas habilidades de relacionamento através de entrevistas com pessoas de diferentes classes sociais e profissões.  

Além de coletar dados sobre a população para pesquisas da faculdade, o acadêmico se envolve na venda de livros, com conteúdos que visam um estilo de vida mais saudável. É vendendo esses materiais que ela cobre os custos da faculdade. “Eu era extremamente tímida. Falar com pessoas que eu não conhecia era uma grande dificuldade. Mas, graças ao desafio desse projeto, pude me desenvolver muito mais e ainda pagar a faculdade desde a primeira campanha que participei”, conta Gabriele, que hoje cursa o quinto semestre.