Relacionamento aberto: existe traição?
“Esse assunto ainda é um tabu justamente porque a sociedade, de maneira geral, entende que o relacionamento aberto é anormal e representa falta de amor”. Julyelle Conceição.
Especialista fala sobre os acordos para esse tipo de relação
Têm assuntos que ainda são tabus e considerados modernos demais para boa parte da sociedade. Um deles, sem dúvidas, é o famoso relacionamento aberto. Criticada e pouco compreendida, a modalidade de vida amorosa não monogâmica é sempre motivo de polêmica e curiosidade. A verdade é que com as tantas possibilidades existentes em um relacionamento, fica até confuso saber distinguir os critérios e limites de cada um.
No caso de uma relação aberta, as duas pessoas envolvidas de maneira amorosa decidem se abrir para o envolvimento físico com outras pessoas. Mas a abertura precisa ser somente sexual, não envolvendo laços afetivos e sentimentais. Para Julyelle Conceição, 35, psicóloga, sexóloga e terapeuta de casais, o relacionamento aberto não pode ser encarado como uma tábua de salvação. “Diferente do que muitas pessoas imaginam, o relacionamento aberto pode dar bastante trabalho, assim como o monogâmico, no que se refere à importância da comunicação e o estabelecimento de regras e combinados. Mas, por ser baseado no consentimento das partes envolvidas, ele não é considerado traição. É simplesmente uma outra forma de viver, amar e se relacionar”, explica.
Por isso, ela sugere que essa decisão não seja tomada às pressas, e, sim, com muito diálogo entre o casal, já que os limites estabelecidos precisam ser respeitados e confortáveis para os dois. Alguns acordos podem incluir não sair com pessoas do mesmo círculo de amizade, não promover os encontros na casa do casal e contar – ou não – os detalhes sobre os encontros sexuais. “Há, ainda, uma regra bem importante, que é o uso de preservativo nas relações, a fim de evitar comportamentos de risco que possam prejudicar todas as pessoas envolvidas. A quebra dos acordos, no entanto, é um fator que pode , sim, representar a traição de uma das partes”, exemplifica Julyelle.
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