Fé que inspira
“Foi como se eu tivesse tido um apagão. Lembro dos flashes de ir para a UPA e de alguns momentos da internação. Após isso, foi como se houvesse fechado os olhos e os aberto em seguida, mas passaram-se 45 dias”. Baby
Conheça a história de Baby, que venceu a covid-19
Ninguém será o mesmo depois que esta pandemia passar. O mundo mudou e nós mudamos. Descobrimos novos heróis e guerrilheiros implacáveis. Nossa fé foi testada e ainda hoje estamos à prova. Entre tantas histórias inspiradoras de pessoas que tiveram sua vida por um fio, vamos contar a de Baby. Ela se chama Lilian Machado, tem 40 anos, é psicóloga, pastora e desde criança é apelidada de Baby.
Em fevereiro deste ano, Baby foi internada no hospital, onde ficou por 64 dias lutando contra a covid. Durante esse tempo, ela esteve 45 dias em coma e sua recuperação foi considerada por alguns médicos como um verdadeiro milagre. Ela teve mais de oito bactérias, quatro paradas respiratórias e várias complicações que colocaram sua vida em risco.
Baby tem obesidade mórbida e pesava 130 quilos quando foi para a UTI. Ela sempre foi muito vaidosa e uma mulher bem resolvida. O sorriso era largo no seu rosto e chamava atenção por estar sempre de bom humor. Vivia rodeada de pessoas e dizia estar em seu melhor momento. Vida profissional a mil, morando sozinha em seu apartamento e inspirando pela fé.
Quando Lilian acordou do coma, 20 quilos mais magra e praticamente sem cabelo, ela percebeu que não sentia nenhuma parte do corpo. “Fiquei em pânico e houve um momento em que tive raiva de minha irmã (Aline Machado, 41). Combinamos que jamais permitiríamos que a outra ficasse debilitada em cima de uma cama. E, hoje, eu entendo que fizeram tudo pensando no meu bem”, conta.
Durante os dois meses de internação, seu caso ganhou comoção estadual e foi noticiado pela RBS TV, entre outras emissoras. A pandemia e as restrições não frearam a corrente de oração em frente ao hospital todos os dias pedindo por sua recuperação. Pontualmente, às 22h, os arredores do HCB (Hospital de Caridade e Beneficência) se enchiam de carros vindos de várias cidades do país orar pela pastora.
“Quando eu soube o quanto fui acolhida e de toda a movimentação das pessoas que torciam pela minha recuperação, mesmo sem eu estar presente no dia a dia delas, fiquei emocionada. Através do meu Facebook, eu consegui chegar ao coração de muita gente que eu nem fazia ideia”, fala Baby. Ela, que já era uma mulher de mente aberta dentro da própria igreja, a Embaixadores de Cristo, tornou-se ainda mais e tem seguidores de outras religiões, com uma relação de muito respeito com todos eles.
Baby ainda não está totalmente recuperada, mas independente. “Cheguei a precisar de fraldas e ter duas cuidadoras. Tive ajuda de várias pessoas, como a de seis fisioterapeutas que me auxiliaram sem custo e se dividiram todos os dias para não me deixar desamparada”, conta.
O que mudou depois disso tudo? Com certeza estar tão perto da morte mexe com a gente e saber o quanto somos amados nos toca diferentemente no coração. Lilian sempre teve muita fé em Deus e essa fé se fortaleceu e se tornou inspiração para outras pessoas que estão passando por dificuldades. “A corrente de oração uniu pessoas de várias crenças, mostrando que Deus opera milagres”, finaliza.
“Foi como se eu tivesse tido um apagão. Lembro dos flashes de ir para a UPA e de alguns momentos da internação. Após isso, foi como se houvesse fechado os olhos e os aberto em seguida, mas passaram-se 45 dias”. Baby
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