“Aqui buscamos paz e a possibilidade de fazer planos a longo prazo”, dizem Juliano Dias e Juliana Ellwanger
Casais retornam a Cachoeira em busca de maior qualidade de vida
Longe da vida agitada, dos engarrafamentos quilométricos e da exposição à maior violência nas grandes cidades, muitos cachoeirenses estão retornando à sua terra natal. Muitos destes atraídos pelas vantagens de maior tranquilidade, segurança e bem-estar.
Em seus 200 anos, Cachoeira do Sul preserva suas características de uma típica cidade do interior – a quinta mais antiga do estado –, mas em constante desenvolvimento – destaca-se, aqui, a implantação do campus da UFSM. Além disso, temos muito a ganhar economicamente e socialmente com essa tendência de migração de retorno e de atração de novos moradores.
Dessa forma, a LINDA ouviu três casais de conterrâneos que contam suas histórias e citam os benefícios que só Cachoeira proporciona para se morar.
JUNTOS NO
AMOR E NA
PROFISSÃO
Proprietários da butique CHOOSE Trends, Juliano Dias, 33, é designer de produto, e Juliana Ellwanger, 32, fisioterapeuta. De volta à terrinha há dois anos, o casal partiu para Novo Hamburgo em 2005 – Dias foi cursar ensino superior e na região dos Sinos atuou em multinacionais calçadistas, e Juliana foi trabalhar como fisioterapeuta e instrutora de Pilates.
Desde 2014, no entanto, eles já fomentavam a vontade de regressar a Cachoeira. Mesmo longe, vinham visitar a família nos fins de semana, até que em 2018 tomaram a iniciativa de fixar residência aqui. À época, surgiu uma proposta de trabalho para Dias na China, mas o casal decidiu abrir mão deste deslocamento para viver na cidade e implantar um negócio juntos.
MAIOR INTERAÇÃO
Conforme o casal, apesar de viver rodeado de gente nas cidades grandes, a vida é mais solitária. “As pessoas são muito fechadas e de pouco acesso”, avaliam. Em compensação, em Cachoeira há um contato social maior.
“Nossos amigos e familiares estão a maioria aqui e ao morar fora as relações são bem mais limitadas. Até uma simples conversa é diferente. Aqui podemos andar mais tranquilos e sem ter aquela pressão e angústia dos domingos ao fazer as malas e pegar a estrada”, diz a empresária.
VALORIZAR O QUE É NOSSO!
Para Dias, alguns cachoeirenses teimam em criticar a cidade, enquanto que em outros locais – citando Ivoti, onde já morou, como exemplo – isso não ocorre com tanta facilidade.
“Os habitantes valorizam e possuem uma admiração por lá que se reflete por toda a cidade no cuidado de cada espaço. Já em Cachoeira é o contrário. Poderíamos ter mais cuidado com nossas ruas, calçadas e canteiros. Cada um fazendo um pouco, ajudaria muito”, conclui ele.
UNINDO O ÚTIL AO AGRADÁVEL
Maíra e Daniel D’Oliveira: “A possibilidade de preservar laços afetivos faz de Cachoeira uma ótima cidade”
Com família em Cachoeira, a professora formada em Letras Maíra da Cunha D’Oliveira Silva, 38, e seu esposo, o médico urologista Daniel D’Oliveira Silva, 43, são nascidos em Porto Alegre, mas sempre tiveram um contato próximo com a cidade. Atraído por uma maior qualidade de vida para a família, o casal decidiu morar aqui, junto de suas duas filhas, Sofia, 9, e Joana, 5.
“A busca por melhor formação e mais oferta de trabalho na capital e região metropolitana nos manteve lá por anos, sempre vindo a Cachoeira nos feriados, férias e fins de semana. Desde 2012, as visitas ficaram mais frequentes e, com proposta de trabalho a partir de 2017, foi uma questão de tempo a nossa decisão de mudar para cá para criar nossas filhas”, contam eles.
NOVAS PRIORIDADES
O frenesi da cidade grande tem deixado de ser atrativa e a pandemia foi o estopim para essa mudança, explica o casal: “Essa situação nos fez refletir na vida que estamos buscamos e no que realmente importa. Pra quem quer mais simplicidade agregando qualidade no seu viver, o interior é uma boa oportunidade”.
Maíra trabalha com espanhol, alfabetização e inclusão na rede pública e privada em Canoas e Porto Alegre desde 2002 e Daniel é médico urologista.
MORAR AQUI É BOM DEMAIS!
Para Maíra e Daniel D’Oliveira, morar em
Cachoeira oferece muitas vantagens, tais como:
* Chegar mais rápido e sem correrias ao trabalho
* Ter escolas boas perto de casa
* Não precisar acordar tão cedo
* Ir almoçar e descansar em casa (um luxo!)
* Fazer mais atividades ao ar livre
* Maior qualidade de vida e segurança
MAIS PERTINHO DA FAMÍLIA
Paola de Medeiros e Felipe Meinke: projeto de inauguração de dois novos empreendimentos na cidade. Na foto, junto da filha Antônia e do cão Elvis
Há quase dois anos em Cachoeira, os empresários Paola Moreira de Medeiros, 30, e Felipe Meinke, 35, optaram por morar aqui com a filha Antônia, de seis anos, e o cão Elvis. Paola, que é cachoeirense, foi morar em Porto Alegre em razão dos estudos em 2010, junto de sua irmã gêmea Pamela – que, por sua vez, acabou indo para Uberlândia, em Minas Gerais.
Já Felipe, que é da capital, se despedia também de sua irmã, Larissa, que foi morar em Dublin, na Irlanda. “Diminuindo mais ainda a família, em 2018 viemos para Cachoeira. Aqui, temos proximidade com a família da Paola. E também a liberdade de poder trabalhar em qualquer lugar”, diz ele.
EMPREENDENDO NA CIDADE
Desde 2013, o casal tem como atividade principal um escritório de arquitetura e design, a Atho Arq & Design, atuando presencialmente em praticamente todo estado do RS e de SC e de forma on-line em outros estados e países.
“Em pouco menos de seis meses já estávamos todos adaptados e o escritório com mais projetos do que o esperado”, comemoram. Em breve, Paola de Medeiros e Felipe Meinke devem inaugurar dois novos empreendimentos em Cachoeira: um espaço multifuncional e cultural, o Collab+, além de uma marca de vestuário infantil, Dona Carochinha.
TAMBÉM É BOM PORQUE...
Alguns dos motivos que fizeram Paola de Medeiros e Felipe Meinke vir para Cachoeira:
* Tudo é muito perto. Muitas vezes dá para fazer tudo a pé no centro
* Desfrutar de um dia mais longo. Sobra tempo para ir à academia, sentar no fim da tarde para tomar um chimarrão, ir com a nossa filha na praça da Soares, tomar um sorvete e brincar...
* Deslocamento rápido. Em Porto Alegre, passávamos quatro horas por dia no trânsito. Em Cachoeira, 10 minutos.