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Reportagens Edição 146 - junho de 2020

Memórias do Coliseu


Rosimeri Moraes, 55, empresária

Leitores compartilham lembranças do cinema  

 


O tão aguardado filme, o cheiro de pipoca, as matinês... Quem viveu o “tempo áureo” do cinema em Cachoeira do Sul tem muito o que contar. Ao longe de sua história, a cidade sediou muitas casas de cinema, destacando-se o Cine Teatro Coliseu, inaugurado na década de 1938, e o Cine Ópera Astral, datado de 1953. Hoje, temos o Cine Via Sete, que completou 14 anos de funcionamento em abril. Mas, no último ano, vimos o Coliseu renascendo com a restauração de sua imponente fechada. Perguntamos a cinco leitores o que eles lembram daquela época. 
 
 
"Lembro indo para o cinema aos domingos, escolhendo o lugar... Na entrada à direita podíamos comprar a pipoca e balinhas, aquelas Chitas (risos). Tinha a opção de escolher a poltrona em baixo ou em cima. Era a maior atividade que se tinha naquela época, algo fantástico”.
 
 
 
"As matinês de domingo no Coliseu começavam no desfile da passarela da praça, por onde a menina-moça exibia os seus encantos. Era um ritual encantador.  A última moda. O filme a ser assistido era irrelevante (tanto fez quanto tanto faz). O que era importante era o escurinho do cinema. Com as pipocas na mão subíamos os quatro degraus de mármore da sala de entrada do cinema e se deslizava pelo tapete inclinado, em busca do número da poltrona. Quando a luz se apagava, se estabelecia um mágico hiato na nossa vida. No palco do primeiro mundo do filme.  Não éramos mais nos mesmos, mas os personagens”.
Nelson dos Santos Blaya, 75, advogado
 
 
"O Cine Coliseu foi importantíssimo em nossa formação social e cultural porque era uma das poucas atividades que nós jovens tínhamos na época. Os domingos eram os dias mais importantes, porque havia à tarde o matinê do Cine Coliseu, momento em que a paquera rolava entre a juventude. Nós tínhamos o costume de ir no cinema com a namorada ou tentar namorar alguém usando o pretexto do Cine Coliseu. Passavam muitos filmes de cowboys, chanchadas da Atlântida e filmes românticos, mas o ponto mais importante era a saída do matinê à tardinha. Nesse momento praticamente o tráfego na Rua 7 de Setembro era interrompido, todos os jovens ficavam no meio da rua cuidando a saída e paquerando”.
Paulo Roberto Pires Figueiró, 78, médico veterinário
 
 
"As tardes de domingo eram para ir ao Coliseu assistir aos filmes de bang bang. Quando meus pais me permitiram ir à sessão noturna assisti a comédia ‘Deu a louca no mundo’ (1963), foi o máximo! Lembro também de ‘Barbarella’ (1968), filme de ficção científica que para a época foi considerado ousado. Fora as bateçoēs de pés torcendo para os mocinhos e os muitos sacos de pipocas e balas (risos)”. 
Ana Lucia Brandes Both, 63, aposentada
 
 
"Falar do Coliseu é voltar à minha infância e adolescência. Aos domingos, com amigas e gibis sob os braços, lá estava eu nos meus 12 anos. O Danilo, gerente da época, cuidava de nós, pedia silêncio e comportamento. Em 12 de julho de 1964 foi a estreia do filme ‘Candelabro italiano’, a música era ‘Al di là’ cantada por Emílio Pericoli, que protagonizou cenas que jamais serão esquecidas. O Coliseu faz parte dos momentos mais inesquecíveis da minha vida!”.
Lisete Gonçalves Ilha, 68, artesã





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