Quem são os descobridores de antiguidades na cidade
Cachoeira do Sul é o quinto município mais antigo do estado e aqui se revela um baú de objetos, artigos e acessórios de épocas passadas presentes na decoração dos imóveis e estabelecimentos comerciais e expostos desde o museu até em brechós e briques. E o que não faltam são cachoeirenses que garimpam antiguidades na zona rural e região. Confira!
Carla Schlabitz: “Além da estética, o que me fascina são a origem e a história dos objetos”
DE HOBBY A UM NEGÓCIO
Carla Breyer Schlabitz, 44, é advogada e proprietária do Empório Antiguidades há cinco anos. Suas peças preferidas são louças e porcelanas antigas, que integram seu acervo pessoal e o estoque do antiquário. O espaço recebe pessoas de todo o estado e do país afora interessadas em conhecer e comprar raridades como móveis, quadros e utensílios domésticos datados de décadas atrás. “Sempre gostei de antiguidades, de vasculhar porões, sótãos, casas antigas e até ferro velho. Tenho uma verdadeira fascinação por objetos, móveis e arquitetura antigos”, conta.
Renata Rocha, consultora de décor: “A decoração da minha casa e toda a decoração da Boleria Casa de Vó foram garimpo”
CASA DE VÓ
Quem vai à Boleria Casa de Vó entra em uma viagem no tempo ao encontrar uma série de objetos antigos, dos móveis às louças e molduras na decoração, que remete à infância e à cozinha da vovó. A idealizadora deste projeto é a consultora em decoração de interiores Renata Rocha Anunciação, 34, que há oito anos garimpa e coleciona antiguidades, bem como pratos, minixícaras e placas de carros. “Desde criança me encantava com os objetos da decoração da casa da minha avó e da minha bisavó. Os meus garimpos preferidos são um abajur e uma ânfora pintados a mão e os bordados e crochês do enxoval da minha avó. Adoro esse elo com o passado e acho importante mostrar esses objetos para as novas gerações”.
Léa Kämpf, artista plástica: “Com os objetos garimpados, procuro formar uma corrente de uso e reúso para que nada vá para o lixo”
DECORAÇÃO AFETIVA
Atuando há mais de 20 anos como decoradora, a aposentada Léa Kämpf, 60, é formada em artes plásticas. Seu endereço na cidade e o sítio onde reside, em Capão Bonito, são repletos de antiguidades, de móveis rústicos até peças raras, como uma geladeira de madeira, baleiras de vidro e brinquedos antigos, que compõem o visual do ambiente. “Desde pequena, aprendi com meu avô materno, Ursil Silveira, a ter consciência da importância de cada objeto e de como usá-lo com originalidade. O valor é sentimental, pois todas as peças carregam uma história”, conta Léa, que tem bules de ágata, roupas antigas e ladrilhos hidráulicos entre seus xodós.
Jeane Bittencourt, administradora do café: “Estou sempre em busca de antiguidades para ocupar cada cantinho”
CAFÉ COM HISTÓRIA
No Café da Praça é possível tomar aquele cafezinho em meio a peças antigas que compõem o cenário. Apaixonada por antiguidades e materiais de reciclagem, a administradora Jeane Bittencourt da Silva, 46, é responsável por garimpar esses objetos, o que faz há seis anos. “Adoro minha parede de janelas, que foi uma parceria com meus amigos Cláudio Carvalho e Leandro Alves. As cadeiras penduradas na subida da escada também encontramos em um ferro velho”, conta. E esse hobby de Jeane conquista também amigos e clientes do estabelecimento: “Ganho alguns presentes de pessoas que frequentam o café e acabam se tornando minhas amigas por compartilharmos essa afinidade”.
Clarice Castagnino, coordenadora do brique do asilo: “Para apoiar nossa causa, basta ser voluntário e contribuir com doações”
No brique do Asilo Nossa Senhora Medianeira é possível encontrar objetos antigos doados por pessoas da comunidade, além de móveis, louças, artigos de bazar e eletrônicos. As peças são comercializadas com o objetivo de arrecadar fundos para complementar a renda do asilo. Coordenadora do brique há quatro anos, a aposentada Clarice Marlene Castagnino, 63, especialista em design de interiores, uniu essa paixão que começou na infância ao voluntariado. “O trabalho é realizado por um grupo de voluntárias promovendo a ação social de melhoria na vida dos idosos da comunidade”.
Rudinei Karsburg, arquiteto: “Conhecer o passado é fazer um resgate no tempo e até da própria vida em família”. Na foto, em Marrakech, Marrocos
O arquiteto Rudinei Karsburg, 38, atua na área do garimpo de antiguidades há 15 anos, desde a graduação, quando deu início aos estudos em artes e às suas viagens para somar experiência junto às obras. Ao longo deste tempo encontrou tapetes persas de oração, jarras de cristal tcheco, luminárias, quadros antigos e até mesmo uma raposa empalhada. “Saber a idade de uma peça ou a forma como foi produzida, acredito que essa seja a maior descoberta”, fala.