Nascimento humanizado
Por que as mães estão optando por uma forma de nascer diferente
Larissa da Costa, doula: “O principal ponto que caracteriza o nascimento humanizado é o respeito às escolhas da mulher!”
JOICE BERNARDI
Oparto natural ainda é um tabu para muitas mulheres, seja por receio ou por desconhecimento sobre como esse é realizado e a sua importância. LARISSA FORTES DA COSTA, 27, é enfermeira obstetra, doula, educadora perinatal e consultora em amamentação e atende gestantes, mamães e bebês durante todo o processo da gestação, parto e pós-parto. Proprietária da Amor de Mãe, assessoria e consultoria materna, com cinco anos de atuação na área e há três como enfermeira, ela esclarece as principais dúvidas sobre o modelo de atenção humanizado: parto humanizado.
O QUE É
Conforme Larissa, o modelo de atenção humanizado acontece conforme as necessidades e os desejos de cada pessoa. “É todo um processo de construção desde o pré-natal até o pós-parto. A mulher é protagonista da sua gestação, parto e nascimento, e os profissionais de saúde empoderam-na para tomar decisões conscientemente”, resume.
COMO ACONTECE
“Ele não tem uma regra para ser realizado, cada mulher vai construir o seu nascimento humanizado juntamente com profissionais da saúde, sendo esse um dos meus atendimentos (preparação para o parto, nascimento e consultorias)”, destaca Larissa. Segundo a doula, a gestante definirá o que será melhor para si, sem imposição de regras ou rotinas rígidas.
“O nascimento humanizado visa ser único para cada mulher, da forma que ela quiser, sendo ele cesárea ou parto normal, em casa ou no hospital, onde essa gestante optar. Obviamente, sempre assistido por uma equipe de saúde. Ou seja, ele não acontece de uma forma específica, ele não é um tipo de parto. É muito mais que ambiente, local, forma de acontecer... é respeito, empatia e empoderamento”, salienta.
De acordo com Larissa, não existe um preparo específico ao optar pelo parto humanizado – informação e compreensão são as palavras-chave. “Hoje em dia, temos muitos aliados ao trabalho de parto que têm comprovação científica na literatura (aromaterapia, musicoterapia, bola, banheira, cromoterapia, acompanhamento com doula), tudo isso auxiliando a progressão do seu acontecimento. Mas não quer dizer que se alguma dessas atividades não aconteceu, ou aconteceu de forma diferente, deixou de ser humanizado”, frisa.
Keila Regina Hossa no nascimento de Carolina Hossa Secretti
FOTOS JOICE BERNARDI/IMAGENS CEDIDAS POR LARISSA DA COSTA
BENEFÍCIOS
O nascimento humanizado tem inúmeros benefícios, como destaca a doula: “Ele compreende a fisiologia do corpo desta mãe, respeitando cada mulher conforme sua necessidade e vontade. O nascimento humanizado também está relacionado a diversos eventos referentes à chegada deste bebê ao mundo, a forma como ele é recebido, os quais fazem a diferença para o resto da vida de uma criança e são recomendações do Ministério da Saúde”.
Kátia Tomie Hayakawa dando à luz a Isadora Sayuri Schmitts Hayakawa
PARTO NORMAL X CESÁREA
O nascimento humanizado, segundo Larissa, não difere em nada quando for uma cesariana: pode e deve quando é necessário ser uma cesárea. “Nascimento humanizado é respeitar as escolhas da mulher, é acreditar na fisiologia da gestação e do parto e intervir somente quando houver necessidade e indicação”.
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