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Reportagens Edição 115 - julho de 2017

Adeus às orelhas de ABANO


Otoplastia é simples e rápida e resgata a autoestima de pacientes

 

Alguns orientais acreditam que as orelhas de abano sejam sinônimo de inteligência, mas para o resto da população elas podem ser um verdadeiro tormento. Essa é a mais frequente má-formação que acomete as orelhas – estima-se que 5% dos bebês nasçam com esse problema e que ele se prolongue na fase adulta. Só aqui no Brasil, aproximadamente 20 mil pessoas buscam, todos os anos, um especialista para realização da otoplastia (cirurgia de correção das orelhas proeminentes).

 

Segundo o médico cirurgião plástico MATEUS DINIZ VIZZOTTO, 33, que há quatro anos iniciou sua formação na especialidade, as vantagens da cirurgia vão além da questão estética, pois devolve a autoestima destes pacientes, gerando um impacto positivo em suas vidas. “O maior prejuízo nesses casos ocorre no âmbito emocional. As crianças portadoras dessa deformidade costumam ser alvo de piadas e críticas severas, especialmente no ambiente escolar, podendo, em casos extremos, contribuir para depressão e isolamento social”, salienta. 

 

Mas afinal, qual a causa da orelha de abano? Vizzotto explica que essas alterações estruturais estão presentes desde o nascimento e, portanto, são causadas por características genéticas herdadas. “O que se observa com mais frequência nesses pacientes é a perda da definição das dobras da região superior da orelha (hélice e anti-hélice), bem como hipertrofia da concha e, consequentemente, um aumento do ângulo entre o crânio e o pavilhão auricular, tornando-o mais proeminente”, esclarece ele.

 

 

 

“As modificações no formato da orelha já são perceptíveis nas primeiras semanas de pós-operatório, mas o resultado definitivo pode levar de seis a 12 meses”, afirma o cirurgião Mateus Vizzotto

 

 


A CIRURGIA

Conforme Vizzotto, o diagnóstico é feito através do exame físico no consultório médico. O tratamento é cirúrgico, utilizando-se técnicas específicas para cada uma das deformidades encontradas. “A cirurgia é realizada sob anestesia local e sedação, via de regra, em regime ambulatorial. Ou seja, o paciente recebe alta no mesmo dia da cirurgia, sem necessidade de internação hospitalar”, atenta.

 

 

3 PERGUNTAS PARA MATEUS VIZZOTTO, cirurgião

 

1) HÁ ALTERAÇÃO DA AUDIÇÃO OU SENSIBILIDADE NA ORELHA APÓS A CIRURGIA?

“Via de regra, a otoplastia não muda a capacidade auditiva dos pacientes. O procedimento objetiva a correção de alterações estruturais das orelhas através da remodelação de seu esqueleto cartilaginoso. Redução na sensibilidade da região operada pode acontecer no período pós-operatório, mas costuma, em sua maioria, desaparecer com o passar do tempo”. 

 

2) AS CICATRIZES SÃO VISÍVEIS? A COR DA PELE PODE INFLUENCIAR NA CICATRIZAÇÃO?

“As cicatrizes costumam ser posicionadas atrás da orelha e/ou em suas dobras naturais, de forma que fiquem escondidas e pouco perceptíveis. Pacientes afrodescendentes, asiáticos e também aqueles que apresentem histórico de cicatrização anormal devem ser orientados sobre a possibilidade de cicatrizes mais aparentes ou até mesmo formação de queloides e cicatrizes hipertróficas”. 

 

3)PODE HAVER A VOLTA DA ORELHA DE ABANO APÓS A CIRURGIA? 

“Sim, a orelha pode sofrer o que chamamos de recidiva, na qual, por motivos diversos, parte ou todas as alterações encontradas no pré-operatório retornam. Nesse caso, está indicada a realização de uma nova intervenção cirúrgica para correção dessas deformidades”. 

 

 
CUIDADOS PRÉ E PÓS-OPERATÓRIOS
 
. Apesar de simples, a otoplastia requer alguns cuidados necessários, como em todas as cirurgias. “Nas primeiras semanas de pós-operatório orienta-se, além do repouso, o uso de uma faixa ao redor das orelhas operadas com o intuito de protegê-las de traumas e eventuais manipulações involuntárias das mesmas (durante o sono, por exemplo). Sangramento (hematoma) e inchaço prolongado pós-operatório podem ocorrer e costumam ter seu risco minimizado seguindo-se as orientações médicas fornecidas no pré-operatório”, ressalta. 
 
. Nos primeiros dias, no entanto, é comum observar-se inchaço e mudanças da sensibilidade no local operado. “À medida que a reação inflamatória cessa, o inchaço reduz e o resultado da cirurgia torna-se mais aparente”, afirma o cirurgião. 
 
 

 
 
A idade mais adequada para a realização da otoplastia se dá por volta dos seis aos sete anos, período em que a orelha encontra-se próxima de seu formato definitivo.
 





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