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Reportagens Edição 108 - novembro de 2016

Gente que é cultura - PARTE 1


Conheça os agentes culturais que fomentam a cultura local

 

É notável a riqueza cultural de Cachoeira do Sul, somos o quinto município mais antigo do estado, constituindo-se local de relevantes acontecimentos históricos. Possuímos 14 bens imóveis cujo tombamento foi providenciado pelo Conselho do Patrimônio Histórico Cultural (Compahc). Há ainda um bem tombado (a casa da Fazenda da Tafona) pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado – Iphae. Na formação de nosso povo há a contribuição de portugueses, africanos, indígenas, alemães, italianos, judeus, árabes e japoneses, entre outras etnias.
Além de patrimônio natural e material, temos instituições municipais organizadas e reconhecidas, como a Biblioteca, o Museu, o Atelier Livre, o Arquivo Histórico, a Casa de Cultura e o Parque Municipal da Cultura, bem como atuantes associações, entidades sociais e agentes culturais que contribuem e difundem a cultura local. Saiba quem são eles.



“Tenho, ao longo desses anos, participado da cena cultural ora como protagonista, ora como assessora, ora como espectadora. Quem gosta de cultura nunca se aposenta”. ELIANE SCHUCH

 

 

EM PROL DA CULTURA – Após 30 anos como professora estadual, Eliane Schuch, 64, aposentada, exerce atualmente as funções de técnica em radiologia médica na Clínica Schuch e de vice-presidenta da Associação Cachoeirense de Amigos da Cultura (Amicus). Além de apoiar as decisões do presidente atual, Osni Schroeder, Eliane está ultimando junto à associação todo o processo para institucionalizar o Sistema Municipal de Cultura, capitaneado pela professora Marisa Sari e pela pesquisadora Mirian Ritzel, visando a criação da Secretaria de Cultura. Ela também foi diretora da Escola Estadual Juvêncio Soares, onde desenvolveu trabalhos voltados à valorização dos bens culturais do município.

LEGADO NA AMICUS –
Eliane acredita que a credibilidade da Amicus tem conseguido avanços importantes para a cultura local. “Na comunidade, talvez o de maior expressão nos últimos tempos foi dar suporte jurídico e contábil ao Memorial Nacional do Arroz, do qual nos orgulhamos muito. Tivemos um papel importante na formação de novas plateias na abertura do Cine Via Sete, onde foi viabilizado pela 24ª Coordenadoria Regional de Educação (CRE) um projeto que contempla a ida dos alunos para ver filmes para posteriores trabalhos em sala de aula”, enumera algumas atividades promovidas.


A NOVA GERAÇÃO CULTURAL

Apaixonada pela cidade onde nasceram seus quatro filhos, Eliane vê Cachoeira com o perfil de uma cidade de porte médio que tem cabeça de porte alto e bolso de porte baixo. Ela observa que existe uma nova geração disposta a manter viva esta vocação cultural e considera que a tecnologia é uma ferramenta importante para estimular e promover a cultura. “Mas também não se pode falar em cultura sem leitura. Essa cultura do instantâneo, do clique, da selfie, é válida, sem dúvida, é o mundo de hoje, mas falta profundidade”, contesta. Com o ingresso da cidade como polo educacional e universitário, Eliane confia que se articulará a cultura e a riqueza. “Pois só entendo a universidade como fortalecimento e promoção de uma nova mentalidade na cidade”, justifica.



ACORDES DE UMA VIDA

Conselheira do Compahc por vários anos e sócia-fundadora da Amicus, Marucia Pinto Castagnino, 63, professora de Música aposentada, com 44 anos de atuação, participou como instrumentista (piano) em solenidades, eventos culturais e concertos, atuou em projetos de incentivo à música nas escolas públicas e atualização de professores. Também foi regente de corais infantis, juvenis e universitários e fez concertos populares para estudantes e atividades escolares.

LINGUAGENS ARTÍSTICAS –
Marucia fala que Cachoeira é uma cidade de pessoas talentosas, que têm vontade de ampliar seus conhecimentos, mas, infelizmente, há mais de 20 anos não possuímos o ensino institucionalizado das linguagens artísticas. “Cultura sempre existe, mas é preciso ampliar e dar condições às pessoas de melhorarem o seu padrão cultural”, destaca.
De acordo com a professora, Cachoeira precisa resgatar sua identidade cultural com o desenvolvimento das linguagens artísticas e a implantação de projetos socioculturais para os jovens, além de valorizar e apoiar as linguagens artísticas de diferentes grupos e iniciativas sociais, ambientais e históricas. “Tudo que acontece na comunidade é o reflexo do nível cultural das pessoas e principalmente de como o poder público e lideranças tratam o assunto”, finaliza.

  “Faço a preservação do canto coral, que é uma atividade essencial para o crescimento pessoal e social das pessoas”.
MARUCIA CASTAGNINO





LUZ, CENA E AÇÃO

A professora de Língua Portuguesa e Literatura Bernadete Lovato, 58, atua há 25 anos na área do teatro junto ao grupo Luz EncenAção, no Colégio Marista Roque, onde ajuda no desenvolvimento de talentos e habilidades dos estudantes. “Me faz muito feliz e realizada ver meus alunos subirem ao palco como gente grande e dando vida a diversos personagens da literatura nacional e internacional”, fala Bernadete, responsável pela criação do grupo e pela primeira peça encenada na escola, intitulada “O círculo da vida”. Ao todo, o Luz EncenAção já apresentou mais de 200 espetáculos teatrais.


Bernadete sonha em levar o teatro para dentro das escolas e ver a cidade dando oportunidades para desenvolver os talentos locais. “E com meu grupo, sonho um dia colocar ‘Hamlet’, de Shakespeare, no palco (risos)”, confidencia



FÁBRICA DE CULTURA – Bernadete frisa que o objetivo do grupo nunca foi formar atores profissionais, mas preparar os alunos para a vida adulta. “Acredito que a cultura eu desenvolvo junto com eles e depois entregamos para a cidade. Com o nosso trabalho temos a certeza de fazer as pessoas mais felizes, os estudantes curtindo mais teatro, vendo mais teatro, procurando mais teatro. É pelo encantamento que construímos a cultura”, pensa. A professora ressalta que os pais não devem ver a arte como algo que atrapalha os estudos. “Muito pelo contrário, ela agrega e acrescenta no conhecimento educativo do filho. Somente através da arte que teremos um mundo mais sensível e humanizado”, conclui.


Para Bernadete, Cachoeira é um expoente de pessoas talentosas, mas faltam oportunidades e lugares adequados para que possam desenvolver seus talentos. “Muitos saíram daqui, fizeram e fazem carreira na área cultural, no jornalismo, no esporte e na música. Vários escritores talentosos também já saíram daqui. Cachoeira é um celeiro de grandes talentos. Mas um longo caminho ainda teremos que percorrer para que ela venha a ser rica na cultura”, observa.


“Cachoeira é um celeiro de grandes talentos”



P.S. Nas edições seguintes vamos mostrar outras pessoas que também fomentam a cultura na nossa cidade.
 






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