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Reportagens Edição 103 - junho de 2016

Vão-se os anéis e ficam os filhos


As crianças devem ser preservadas das diferenças dos pais na hora de um divórcio

 

Quando os casais se separam, uma nova realidade aparece diante da família e uma série de conflitos pode ser desencadeada se não houver maturidade e bom senso do casal. Essa situação, se “mal administrada” pelos adultos envolvidos, pode gerar sofrimento emocional e trazer mudanças de comportamento nas crianças em várias áreas de suas vidas.

Muitos filhos se sentem causadores do “rompimento” dos pais e isso gera ainda mais sofrimento. De acordo com as psicólogas Natália Couto Barreto Leusin, 31, e Natália RösingKämpf, 28, eles devem ter clareza de que não são culpados pelas decisões dos pais e a certeza de que pai e mãe não deixarão de ocupar esses papéis mesmo com o término do casamento.

Para elas, é importante que mesmo depois do fim do casamento a criança possa ter preservada a imagem de ambos os pais. “Não é necessário expor o filho a toda a gama de ressentimentos e desafetos que cada um dos pais carrega”, esclarecem. No caso de um dos pais constituir uma nova relação estável, deve-se permitir, na medida do possível, que o filho possa conviver com a nova escolha de um dos pais.

 



Natália Rösing Kämpf e Natália Couto Barreto Leusin são especialistas em psicoterapia de orientação psicanalítica da infância e da adolescência



SABER COMUNICAR

De acordo com as profissionais, é de extrema importância que os pais falem aos seus filhos com uma linguagem adequada levando em consideração a idade cronológica e, principalmente, a condição emocional de cada um para enfrentar a mudança que se apresenta com a separação. “A percepção que o filho tem sobre a situação sempre deve ser respeitada e validada. A resposta de cada um é individual e única”, falam.




 

 

 

 

FIQUE DE OLHO

 


Em caso de separação, os pais devem ficar atentos a qualquer mudança de comportamento de seus filhos, tais como:
. Dificuldade para atingir determinada tarefa do desenvolvimento normal
. Alteração das funções biológicas do organismo (alimentação, sono, etc.)
. Mudança repentina no desempenho de atividades escolares e de rotina
. Significativo prejuízo social em função de determinada característica pessoal (timidez, agressividade, agitação, entre outras)
“Essas mudanças e/ou dificuldades podem ser indicadores de sofrimento emocional e necessidade de ajuda profissional”, esclarecem as psicólogas.


GABRIEL RODRIGUES






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