Banheiro fora de casa!
Foi viajar e o intestino parou de funcionar? Isso é bem comum, principalmente entre as mulheres, e pode estar ligado a fatores emocionais
É diferente a forma como homens e mulheres lidam com o intestino. As meninas são educadas desde cedo a não falar sobre este assunto, enquanto os meninos são “autorizados” a falar de suas necessidades fisiológicas publicamente.
De acordo com a psicóloga Elisabel Baptista, 59, sendo 20 anos de profissão, o fato de as meninas “não poderem” falar disso abertamente faz com que elas desenvolvam uma vergonha de ir ao banheiro na escola, na casa de estranhos, e mais tarde, no local de trabalho e na casa do namorado.
Tudo isso pode começar na infância. “Alguns pais ou cuidadores reprimem a criança quando ela faz cocô na calça e isso faz com que ela acostume a segurar essa vontade, causando problemas futuros”, diz a psicóloga.
O resultado disso não poderia ser diferente. As fezes ficam paradas no intestino e começam a ficar ressecadas, causando um grande desconforto, além, é claro, de deixar a barriga inchada.
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“Pelo menos 67% das mulheres se sentem desconfortáveis em evacuar fora de casa”.
ELISABEL
Por que isso acontece?
Segundo Elisabel, como órgão fundamental para o equilíbrio do organismo, o intestino vem sendo considerado o “segundo cérebro” tamanha a sua relevância para a saúde. “É no intestino que se origina a maior concentração de serotonina do organismo, cerca de 80%, o que revela sua relação direta com a sensação de bem-estar”, fala.
Além de a prisão de ventre estar relacionada a questões alimentares e hábitos diários, está diretamente ligada ao fato de o tema ser considerado tabu. “Para muitas pessoas é um tema difícil de ser falado até com o médico”, diz Elisabel.
FIQUE DE OLHO
“É recomendado uma dieta adequada, rica em fibras e em gorduras de boa qualidade, principalmente quando vai passar dias fora de casa. É preciso também que o desejo de evacuar seja respeitado. Desrespeitar esse desejo desregula o funcionamento intestinal e provoca ressecamento das fezes, o que vai se agravando com o tempo”, explica a psicóloga.
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