Os pontos de localização que não saem da memória dos cachoeirenses
Seja por sua importância na história de Cachoeira do Sul, seja pelo sucesso que fez em sua época de funcionamento, alguns lugares e estabelecimentos comerciais viraram eternos pontos de referência para os cachoeirenses. Bar América, Mercado Real, Café Frísia... Quem tem menos de 30 anos pode ficar perdido, mas quem viveu em sua época de apogeu vai lembrar bem onde eles estavam instalados.
LINDA foi atrás dos pontos de referência mais presentes na memória da cidade. Para quem lembra deles, uma oportunidade de reviver os velhos tempos. Para os mais jovens, uma forma de conhecer o que já fez parte da história do município.
Bar América
Por muito tempo foi um bar. Depois fechou e até foi chamado de motel dos mendigos. No final dos anos 90, o prédio do antigo Bar América foi cedido à empresa Lanches Santa Maria. “Foi quando a Rua 7 de Setembro, que andava abandonada, voltou a receber grande público”, comenta Ricardão. Pouco tempo depois o Santa Maria fechou a filial e ficou somente com o espaço que funciona até hoje na Rua Júlio de Castilhos. O prédio por algum tempo ficou desocupado, depois foi usado por artesãos e finalmente cedido à Brigada Militar.
Descida dos trilhos
Fica na Rua Júlio de Castilhos, especificamente onde hoje funciona o Supermercado Imec. Costumava-se usar a expressão abaixo dos trilhos porque a Estação Férrea ficava no lugar da Praça Honorato de Souza Santos. “Os trilhos vinham por dentro da cidade. Por isso suas extremidades, no Bairro Rio Branco e no Bairro Santo Antônio, chamam-se até hoje Beco dos Trilhos”, explica Mirian.
Mercado Real
Não é raro ouvir “lá no Real” quando alguém quer se referir à esquina das ruas Duque de Caxias e David Barcelos, embora no local funcione há anos uma filial da Rede Tischler. Isso porque nesse local funcionou o Supermercado Real, uma potência que durou poucos anos. “Era uma rede estadual, que foi comprada por vários outros mercados. Em Cachoeira, pelo Tischler. Como foi o primeiro supermercado diversificado e com corredores largos, virou ponto de encontro da juventude dos anos 80”, explica Ricardão. “No pátio, aos domingos, reuniam-se quem tinha carro para vender ou queria comprar carro usado”, relembra o jornalista.
Clube Independente
Ficava na subida da Rua 7 de Setembro, bem em frente ao Banrisul. Faz mais de 25 anos que o prédio não é mais sede do Clube Independente, mas ficou o apelido. Há também quem até hoje chame o endereço de prédio da JE, pois durante muitos anos funcionou lá a JE Mídia Visual, hoje instalada no Bairro Rio Branco.
Zona alta
Hoje chamam a zona norte dessa forma, mas há 20 anos o nome mais usado era zona alta, que começava acima dos trilhos, ou seja, na Praça Honorato de Souza Santos. Hoje, as 5 Esquinas é que dividem a cidade em duas, norte e sul.
Cancha de basquete
Na década de 40 foi construída pela Liga Cachoeirense de Basquete e patrocinada pela Prefeitura Municipal uma cancha de basquete, onde funcionava o antigo rinque de patinação. Havia grandes torneios de basquete e vôlei no local. Com a restauração da Praça José Bonifácio, a cancha é a única obra conservada dos tempos antigos. Os grandes campeonatos ficaram no passado, mas o ponto de referência continua até hoje.
Café Frísia
Era ponto de encontro de fazendeiros, onde discutiam sobre agricultura e pecuária na época. Lá produzia-se e fornecia-se ao comércio o café da marca Frísia. Até hoje, na Rua 7 de Setembro com General Portinho, onde atualmente funciona a loja Oba Oba, usa-se a expressão “na esquina do Café Frísia”.
Estação Ferroviária
Na Praça Honorato de Souza Santos também já funcionou a Estação Ferroviária de Cachoeira do Sul. Inaugurada em 1883, marcou o início das viagens do trecho Porto Alegre-Uruguaiana. A demolição do prédio aconteceu em 1975.
Apoio: pesquisadora Mirian Ritzel, 51, jornalista José Ricardo Gaspar do Nascimento, o Ricardão, 45, professora Márcia Severo Patel, 51.