Disposição posta à mesa
Graduada em Ciências, com especialização em Matemática, a história de vida de Maria Dorilda Machado Dal Bosco, 64, a Dodô, caminha lado a lado com a de Iara. Ela atuava como regente de classe e diretora de escola quando, aos 46 anos de idade, se aposentou. A ideia de ficar parada lhe assustava, então ela decidiu tirar proveito do talento que carregava desde pequena: cozinhar. “Tinha um bom histórico familiar, já que minha mãe e minha avó materna eram excelentes cozinheiras”, conta Dodô, que iniciou sua nova carreira como colaboradora em um estabelecimento da área.
O sonho de ter o próprio negócio estava cada vez mais presente e com a ajuda financeira do pai conseguiu transformar seu desejo em realidade: ter seu próprio empreendimento culinário. “Em junho de 2000 inaugurei o Café Florença. No começo servíamos somente à noite com cardápio que incluía tábua de frios, bauru e baguete”, diz Dodô, que aproveitando o espaço ocioso durante o dia equipou a cozinha e começou a servir viandas e quentinhas. Em poucos meses, por sugestão dos clientes, começou com o serviço de bufê a quilo ao meio-dia. “Senti que precisava buscar técnica para dar mais solidez àquela oportunidade que estava surgindo. Foi então que iniciei um curso em uma escola de gastronomia em Porto Alegre, onde aprendi todo o conhecimento que tenho hoje na área”, ressalta.
No ano seguinte, o Café Florença encerrou seus serviços à noite e começou a investir no ramo de eventos, onde hoje tem a agenda cheia. Dodô acredita que o sucesso do seu negócio está na sua constante atualização, participando e ministrando cursos da área. “O mais importante é estar feliz. Quem tem um talento e vontade de transformá-lo em negócio, aconselho a investir nele. Com amor, o resultado de todos os trabalhos sempre será mais positivo”, completa a chef.
Dodô: a felicidade de transformar o talento em negócio ficou ainda mais completa com o apoio da família, que a ajuda a comandar o Café Florença
Servida de felicidade
Formada em Educação Artística, Valquíria Weber Fighera, 50, a Kika, trabalhava com o marido, assim conseguia conciliar o trabalho fora com os cuidados da casa e dos filhos. Mas os negócios não deram certo e de repente ela se viu sem emprego. Como seguir conciliando a vida doméstica com uma forma de ganhar dinheiro? A ideia que lhe surgiu não poderia ter sido melhor: aliar a paixão pelos doces e salgados à necessidade de ter sua renda. “Tudo o que eu preparava na cozinha era sempre muito elogiado, mesmo assim no começo não acreditava que poderia dar certo, mas fui muito incentivada tanto pela minha família quanto por amigos próximos e decidi tentar fazer meu talento render”, relembra.
Hoje, 15 anos depois, ela é reconhecida em Cachoeira do Sul pelo seu trabalho. Kika Salgados, como ficou denominada sua empresa, funciona ainda junto à residência da idealizadora da marca. “Aqui tenho uma estrutura toda montada, onde trabalho ao lado das minhas duas fiéis companheiras de equipe”, conta ela, que se tivesse uma nova oportunidade de escolher o que fazer da vida não pensaria duas vezes. “Ter um talento e transformar ele em negócio é uma grande alegria. Trabalho com amor e por isso estou sempre em busca de novidades, não penso em parar tão cedo”, diz.
Kika: para ela, a paixão pelo que faz aliada ao talento são fundamentais para o sucesso profissional e para a felicidade também