A primeira regra recomendada é o diálogo entre pais e filhos
com a grande polêmica gerada em torno das palmadas, o dilema dos pais é descobrir como substituir os tapas, que costumavam levar quando crianças, por métodos educacionais que sejam efetivos. “É importante educar sem violência. Sem causar humilhação ou medo para a criança”, afirma a psicóloga Joseane Arena de Noronha, 36 anos, sendo oito de profissão. O diálogo deve começar cedo e é preciso ter persistência. Converse, mostre para a criança que a mudança de atitudes não é algo simples, mas que é necessário. Muitos pais alegam usar a palmada quando a conversa não surte efeito, mas a especialista recomenda: é preciso falar, repetir e tornar a repetir, sempre fazendo uso de uma linguagem de acordo com a faixa etária da criança.
Conversar é o melhor método
Uma conversa como tentativa de compreensão do porque da atitude da criança é sempre o melhor caminho. Combinar algumas regras também é importante. Se uma punição servir apenas para mostrar que os pais têm o poder, não estará cumprindo o papel de educar. “Converse mostrando que está tentando compreender o que ela queria, faça com que assuma o compromisso de mudar a atitude”, orienta a psicóloga. Castigos geram ressentimentos e devem ser evitados. Na maioria das vezes, eles não atingem o objetivo de reflexão e ensinamento.
Entendendo os comportamentos de cada idade
Aprender a parar para pensar é uma habilidade que será desenvolvida com os pais. Com a criança pequena pode-se levar para um canto da sala e dizer que ela irá ficar ali para pensar no que aconteceu. “Se a criança for muito nova e ficar pedindo desculpa, deverá ser liberada após uma pequena conversa. Também a ajude a corrigir o erro: se você queria que ela guardasse os brinquedos, aproxime a caixa para que ela guarde”, observa a psicóloga. A partir dos três anos, o mais importante é a conversa. Nessa idade já sabem negociar e auxiliar na solução sobre o que aconteceu. “Isso toma tempo, mas muitas vezes diminui ou até exclui a possibilidade de ocorrer a mesma situação, pois essa atitude educa”, observa a profissional. A criança testa seus limites e aprende aos poucos até onde ela pode ir.
Aprendendo a repreender
Quando um adulto erra, ele é punido com as consequências de seu próprio ato. Por isso, desde cedo é coerente introduzir a ideia de causa e resultado na criança. “Com a ajuda do adulto, a criança precisa entender que as consequências não serão necessariamente castigos físicos. Assim, ela não vai deixar de fazer algo errado por medo, mas sim por estar aprendendo a ter autonomia e comprometimento”, completa Joseane.
Ofender também não é o caminho
Na hora da conversa é preciso ter cautela. Ofender e humilhar verbalmente também são formas de violência e podem deixar marcas profundas na criança. Nada de dizer “eu não esperava outro comportamento de você” ou então “seu irmão é muito mais esforçado”. “Ninguém gosta de sofrer violência e ameaças. Esse tipo de comportamento pode gerar insegurança, baixa autoestima, problemas de aprendizagem e depressão. É preciso ter firmeza, porque não se deve ser permissivo, mas os limites não podem ser confundidos com causar medo”, ressalta Joseane.