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Reportagens EDIÇÃO 50 - AGOSTO 2011

TV pode?


Expondo os conteúdos certos, a televisão pode ser um excelente meio de entretenimento e de educação

Pode ser tentador entreter uma criança com a televisão, entretanto, se a dosagem e a programação forem erradas, o efeito pode ser desastroso. De acordo com a pediatra Josane Freitas Caldas Dutra, 51 anos de idade, 25 de profissão, a televisão representa para as crianças a mesma atração que para os adultos: o mundo maravilhoso das descobertas sem sair do lugar. “Então para que esse poder do aparelho seja benéfico, é preciso que elas assistam programas adequados, que passem ideias positivas e principalmente que tenham um conteúdo adequado às mensagens que os pais gostariam de transmitir”, explica.



Até os dois anos

Os dois primeiros anos de vida são cruciais para o desenvolvimento da criança. Mesmo com a programação desenvolvida e dirigida especificamente para esta faixa etária, é importante ficar atento a canais que induzem ao consumo mostrando só comerciais com marcas de brinquedos, jogos e alimentos. Estudos já levantaram a hipótese de existir uma relação entre a televisão em idades precoces e o desenvolvimento posterior de Perturbação de Hiperatividade e Déficit de Atenção (PHDA), embora alguns especialistas da área não concordem e não haja nenhum estudo que comprove esta relação. “Enquanto não há uma conclusão dos impactos positivos e negativos da televisão em crianças com menos de dois anos, falar, cantar, ouvir música, jogar, ler e brincar são de longe atividades muito mais importantes do que qualquer programa”, observa Josane.


A partir dos dois anos

A partir dos dois anos até a adolescência, as recomendações dos especialistas não são tão veementes e a regra deve ser o bom senso. Como nem tudo é negro no horizonte da televisão, dá para aprender com ela, desde que os pais estejam atentos, filtrando aquilo que consideram inapropriado. “O que não pode mesmo é deixar que seu filho perca demasiadas horas diante dela, em detrimento de outras atividades, como a leitura ou a música. Isso poderá afetar as suas capacidades cognitivas, uma vez que ver televisão é uma atividade muito mais passiva que exige muito menos do cérebro. Alem disso, há riscos de obesidade, alteração dos padrões de sono, violência e agressividade, comportamentos de risco, estereotipagem (muitas vezes de forma errada) racial e dos papéis de gênero”, conclui a pediatra.


Pais x TV

. Aos pais que trabalham fora o dia todo é recomendável que no momento em que estiver presente, evitar assistir TV todo o tempo, propondo outras atividades e até mesmo dialogando mais com a criança;
 
. Lembrar que os pais são exemplos para os filhos, se têm a intenção de assistir algo que não condiz com a idade da criança devem assistir depois que a criança se deitar ou durante a ausência dela no ambiente.

. Não impor para a criança que não deve assistir determinada coisa. O diálogo é sempre a melhor saída.




Como reduzir as horas em frente à televisão


. Estimule seu filho a se distrair com outras atividades logo após o desenho favorito, como fazer esportes, brincar ou ouvir música;
 
. Leia para seu filho antes mesmo de ele se alfabetizar. Isso vai estimular o interesse dele pela leitura. Em vez de usar a TV como embalador de sono, use livros;
 
. Limite o tempo e os horários. Deixe que a criança veja TV, por exemplo, só depois de fazer a lição ou até começar o horário da programação adulta.









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