O que não serve para muitos, pode ser um verdadeiro achado para outros. É esse pensamento que guia as lojas especializadas em usados
Há muito tempo os brechós deixaram de ser sinônimo de coisa antiga com cheiro de mofo e passaram a ser ponto de visita certa até para as mais antenadas em moda. Se no mundo das celebridades, Angelina Jolie e Gisele Bündchen aderiram à onda dos usados, não seriam as cachoeirenses a não se renderem aos encantos de peças incríveis por um precinho mais incrível ainda. Prova disso, é que os brechós da cidade ganham cada vez mais as adeptas ao ditado: “o que não serve para muitos, pode ser um verdadeiro achado para outros”.
Há sete anos as empresárias Alaína Bernardes, 27, e Analine Souza, 47, apostaram na ideia de abrirem uma loja especializada no comércio de peças usadas, o Cia. Do Brechó, e garantem que se surpreendem com o sucesso do empreendimento. Engana-se quem pensa que por lá só encontram roupas que estão longe das tendências atuais e desgastadas pelo uso. “Recebemos muitas peças com etiqueta e muita coisa que está nas vitrinas. São pessoas que compram muitas vezes por impulso e depois percebem que a peça não as favoreceu e acabam repassando ao brechó”, conta Alaína. A prática não só é boa para o novo dono, como para quem se desfaz da peça. Qualquer pessoa pode levar peças para vender no brechó, desde que esteja limpa e em bom estado de uso. “O fornecedor fica com a metade do valor que a peça é vendida”, explica Analine.
Se é um bom negócio? Mírian Machado Pereira, 33, afirma que sim. Ela está sempre comprando e colocando suas roupas para vender no brechó. “Gosto de passar pela loja pelo menos uma vez por semana para ver o que tem de novidade”, conta. Para quem quer entrar nessa moda, ela logo avisa - “Para encontrar peças que agradem é preciso garimpar. Não é como numa loja comum que tem peças de todos os tamanhos. O que achamos por aqui geralmente é único, por isso é preciso paciência para procurar o que fica melhor em você”, aconselha. Preconceito em usar o que já passou pela mão de outros, ela diz não ter nenhum. “É bobagem não comprar uma roupa do brechó por pensar que a antiga dona vai ver e comentar que a peça era sua. Se está lá é porque a dona não tinha mais interesse e quis passar adiante, muitas vezes pelo simples fato de ter mudado de estilo, por ter enjoado da peça e até por não entrar mais nela”, observa Mirian.
CLIENTES – Segundo Alaína, os clientes do Cia. do Brechó, um dos maiores e mais organizados da cidade, são de todas as classes sociais. “Inclusive muitos de classe média alta que acabam deixando suas roupas para vender e comprando o que encontram”, conta. Trabalhando com roupas masculinas, femininas e infantis, a maioria dos brechós também oferece acessórios e muitas vezes até objetos de decoração por um preço de pechincha. Dúvida? Confira o que LINDA garimpou.
Alaína e Analine: compradoras de brechó, elas decidiram abrir seu próprio negócio e encantam-se com os inúmeros troca-troca de roupas que o Cia. Do Brechó proporciona
Mirian: uma das adeptas da moda dos brechós vestindo seus achados na Cia. Do Brechó
Camisa preta R$ 6,50 e gravata R$ 11,00
Calça jeans Iódice R$ 21,00
Bota Botero R$ 36,00
Blusa Le Lis Blanc R$ 18,00
Jaqueta jeans R$ 21,00
Sapato Myxage R$ 23,00
Vestido Caveendishi R$ 21,00
A onda de comprar o que não serve mais para outra pessoa já invadiu a internet. É possível comprar peças das mais variadas marcas e preços através de um clique. Confira alguns endereços: http://www.bombonitoeusado.com/, http://lilibrechopping.blogspot.com/ e http://brechoparaquemechic.blogspot.com/.